Devido a esta situação, “os problemas para os utentes nos próximos dias vão ser ainda maiores e mais trabalhadores vão ficar parados, porque a maioria da frota está imobilizada”, lembra a Fectrans numa nota publicada no seu site.
A Soflusa, empresa responsável pela ligação fluvial entre o Barreiro e Lisboa, anunciou na última sexta-feira, que “não iria conseguir” assegurar todas as carreiras entre segunda-feira (dia 09 de outubro) e sexta-feira (dia 13 de outubro), por "indisponibilidade da frota".
No comunicado enviado então à agência Lusa, a Soflusa mencionava estar “a desenvolver todos os esforços para repor a normalidade das carreiras” pelo que aguardava que o navio Damião de Góis regressasse do estaleiro e retomasse o serviço público.
Para a Fectrans, este problema “é o resultado de um plano que ao longo de muitos anos esteve em desenvolvimento pelos anteriores governos e administrações, que trabalharam para a privatização deste sector, situação que o atual governo herdou, mas que pouco tem feito para resolver”.
Nesse sentido, entende que “falar num investimento para o futuro, sem cuidar do presente é sinónimo de manter uma situação de degradação como acontece hoje nas empresas de tráfego fluvial no Tejo, que se depararam com uma imobilização de cerca de metade da frota”.
No comunicado enviado à Lusa na sexta-feira passada, a administração dizia lamentar “o incómodo que esta situação causa aos seus passageiros".
Os sindicatos e comissões de utentes reuniram-se a 03 de outubro com o secretário de estado do Ambiente para discutir a situação do transporte fluvial no rio Tejo, tendo referido que os problemas na Transtejo e Soflusa "têm-se vindo a agravar".
"Não ficámos satisfeitos com a reunião, porque queremos a frota operacional, mas mais aliviados. O secretário de Estado informou que está a ser preparado um plano, que está em estado avançado, para a renovação da frota", disse, na ocasião, à Lusa Carlos Costa, da Federação de Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
Carlos Costa referiu também que a renovação da frota será um processo que "vai levar o seu tempo", mas defendeu a importância de serem incluídas verbas já no próximo Orçamento do Estado.
"O secretário de Estado compreendeu a aflição das tripulações que ficam em terra sem meios para trabalhar. Foram as reduções dos horários, as supressões de carreiras e a situação em que a frota se encontra, que motivaram esta reunião, pois, no caso da ligação do Barreiro com Lisboa, corre o risco de ficar com apenas quatro navios", frisou.
A Fectrans reclamou hoje no comunicado colocada no seu site que quer “soluções e não apenas promessas”.
Os trabalhadores da Soflusa já anunciaram que irão avançar com uma greve ao trabalho extraordinário.
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