Durante todo mês de agosto, a Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) promove nas redes sociais uma campanha de prevenção do pé diabético. João Raposo, presidente da SPD, explica: “No verão temos tendência para andar com os pés mais expostos. Há um perigo inerente para quem tem diabetes. O pé diabético é relevante e tem números altos em Portugal. Somos dos países da Europa com mais pessoas com diabetes e com o mais alto número de casos de pé diabético e de amputações. Esta taxa alta revela que na cadeia de cuidados nesta área temos muito que melhorar”.
A campanha pretende sensibilizar a população em geral para a questão do pé diabético, alertando para algumas medidas de prevenção. Rita Nortadas, médica internista e secretária-geral da SPD diz que “esta iniciativa permite elucidar e divulgar informação à comunidade sobre o pé diabético, assim como contribuir para a formação dos profissionais de saúde”.
Há oito anos, o Observatório da Diabetes chamou a atenção para a questão do pé diabético e da sua incidência em Portugal. “Definiu-se que é uma área estratégica para implementar formação específica a profissionais de saúde e equipas dos centros de saúde. Os protocolos foram reforçados e acredito que os números tenham começado a descer, contudo as pessoas com diabetes e cuidadores precisam de ser sensibilizado para o tema”, acrescenta João Raposo.
Mas o que é o pé diabético? “Trata-se de um conjunto de alterações que aparecem no pé como consequência da diabetes e que estão relacionadas com alterações da sensibilidade e da vascularização bem como das próprias estruturas osteoarticulares e musculotendinosas do pé e que levam ao aparecimento de lesões ou infeções, que quando não identificadas ou tratadas atempadamente podem ter consequências graves como a amputação de dedos, do pé ou membro. Daí a relevância da auto-vigilância que as pessoas com diabetes podem fazer diariamente em casa”, explica Rita Nortadas.
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