O homem de 44 anos entregou-se na terça-feira à PJ, em Arouca, num ato testemunhado pela RTP e pelo Diário de Coimbra.

O primeiro interrogatório judicial e eventual aplicação de medidas de coação acontecem 30 dias após os acontecimentos em Aguiar da Beira, que culminaram com a morte de duas pessoas, um deles um militar da GNR, e três feridos.

À porta do tribunal, era visível um dispositivo de segurança da PSP e, além de várias equipas de reportagem dos órgãos de comunicação social, marcavam presença no local alguns populares que assistiam ao desenrolar dos acontecimentos.

Mónica Quintela, advogada do suspeito, chegou ao tribunal pouco depois das 10:00 e explicou desconhecer se o homem prestará ou não declarações ao juiz.

“O Código do Processo Penal diz que todos os arguidos têm o direito de se remeter ao silêncio sem que isso os possa prejudicar”, disse.

A advogada explicou que ia falar ainda com o suspeito e que depois iria analisar o processo para tomar decisões.

O inspetor da PJ da Guarda titular do processo chegou ao tribunal da Guarda às 09:25, com duas caixas eventualmente utilizadas para transportar o processo.

Pedro Dias entregou-se na terça-feira à noite às autoridades e, em direto na RTP, foi visível estar algemado e a entrar num carro da polícia, que o transportou para as instalações da Polícia Judiciária (PJ) da Guarda. Também um jornalista do Diário de Coimbra estava presente na detenção.

Da PJ, onde chegou pelas 00:00 de terça-feira, foi conduzido para o Estabelecimento Prisional daquela cidade, cerca das 03:00 de quarta-feira, onde permaneceu até ser hoje ouvido pelo Tribunal.

Segundo os advogados que representam o detido - Mónica Quintela e Rui Silva Leal -, na PJ foi sujeito a questões processuais, como a constituição como arguido, a leitura dos deveres e dos direitos e "todas as formalidades próprias para este caso".

Os advogados adiantaram na quarta-feira à agência Lusa e à RTP que vão estar presentes no primeiro interrogatório judicial de arguido detido.

Pedro Dias entregou-se às autoridades às 19:00 de terça-feira, a escassos metros da Câmara Municipal de Arouca e perto da casa dos pais.

O suspeito estava desaparecido desde 11 de outubro, data em que dois militares da GNR foram atingidos a tiro, em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda. Um morreu e um outro ficou ferido.

Na mesma madrugada, um homem morreu e a mulher ficou gravemente ferida, também alvejados a tiro na viatura em que seguiam.

A PJ da Guarda adiantou em comunicado que o detido é suspeito da autoria de cinco crimes de homicídio qualificado, três dos quais na forma tentada, dois crimes de sequestro, pelo menos dois de roubo e um crime de furto, entre outros, ocorridos desde o dia 11 de outubro e o dia de terça-feira, nas localidades de Aguiar da Beira, Arouca (Aveiro) e Vila Real.

No âmbito das investigações, a PJ também constituiu arguida uma mulher, de 61 anos, sobre a qual recaem "fundadas suspeitas de favorecimento pessoal" ao detido.

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