Em declarações aos jornalistas, um dos advogados que representam o detido, disse que o homem de 44 anos, que se entregou à polícia na terça-feira, em Arouca (Aveiro), encontra-se “como estava no dia da entrega, como estava anteontem [terça-feira]”.
“Está expectante e, de resto, pensa na família, nos dois filhos. Ainda agora nos falou nisso, como é que estão, como é que não estão. Vêm-lhe as lágrimas aos olhos quando fala nos filhos, mas está expectante, vai agora começar a diligência e tudo vai correr normalmente como tem que ser”, rematou.
Rui Silva Leal referiu que ainda não tinha falado em privado com Pedro Dias, mas que iria procurar fazê-lo de imediato, desconhecendo se o detido iria ou não prestar declarações ao juiz.
O suspeito de um duplo homicídio em Aguiar da Beira chegou ao tribunal da Guarda às 11:06 de hoje, acompanhado de inspetores da Polícia Judiciária, para ser ouvido por um juiz em primeiro interrogatório judicial.
O homem entregou-se na terça-feira à PJ, em Arouca, num ato testemunhado pela RTP e pelo Diário de Coimbra.
O primeiro interrogatório judicial e eventual aplicação de medidas de coação acontecem 30 dias após os incidentes em Aguiar da Beira, que culminaram com a morte de duas pessoas, um deles um militar da GNR, e três feridos.
À porta do tribunal, era visível um dispositivo de segurança da PSP e, além de várias equipas de reportagem dos órgãos de comunicação social, marcavam presença no local alguns populares que assistiam ao desenrolar dos acontecimentos.
Pedro Dias entregou-se na terça-feira à noite às autoridades e, em direto na RTP, foi visível estar algemado e a entrar num carro da polícia, que o transportou para as instalações da Polícia Judiciária (PJ) da Guarda. Também um jornalista do Diário de Coimbra estava presente na detenção.
Da PJ, onde chegou pelas 00:00 de terça-feira, foi conduzido para o Estabelecimento Prisional daquela cidade, cerca das 03:00 de quarta-feira, onde permaneceu até ser hoje ouvido pelo Tribunal que decidirá a aplicação de eventuais medidas de coação.
Pedro Dias entregou-se às autoridades às 19:00 de terça-feira, a escassos metros da Câmara Municipal de Arouca e perto da casa dos pais.
O suspeito estava desaparecido desde 11 de outubro, data em que dois militares da GNR foram atingidos a tiro, em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda. Um morreu e um outro ficou ferido.
Na mesma madrugada, um homem morreu e a mulher ficou gravemente ferida, também alvejados a tiro na viatura em que seguiam.
A PJ da Guarda adiantou em comunicado que o detido é suspeito da autoria de cinco crimes de homicídio qualificado, três dos quais na forma tentada, dois crimes de sequestro, pelo menos dois de roubo e um crime de furto, entre outros, ocorridos desde o dia 11 de outubro e o dia de terça-feira, nas localidades de Aguiar da Beira, Arouca (Aveiro) e Vila Real.
No âmbito das investigações, a PJ também constituiu arguida uma mulher, de 61 anos, sobre a qual recaem “fundadas suspeitas de favorecimento pessoal” ao detido.
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