“Este lamentável adiamento é necessário para chegar a um consenso sobre quem deve participar na conferência”, explicou o professor e diretor do ‘Centre for Conflict and Humanitarian Studies’ do Instituto de Doha, Sultan Barakat.
A administração do Presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, anunciou na terça-feira uma lista de 250 delegados, incluindo funcionários do Governo, que pretendia enviar para participar na reunião, agendada para este sábado e domingo em Doha.
Um número elevado que não caiu bem aos talibãs, que “não pretendem” encontrar-se com tantas pessoas, segundo uma declaração do porta-voz do grupo extremista, Zabihullah Mujahid.
O enviado especial norte-americano para o Afeganistão, Zalmay Khalilzad, que já promoveu diversos encontros com os talibãs, disse estar “desapontado com o adiamento” da iniciativa.
“Estamos em contacto com todas as partes e confiantes que todos permanecem empenhados no diálogo e no processo para a paz”, escreveu na rede social Twitter.
“Exorto todas as partes a aproveitarem o momento e a retomarem o caminho certo, concordando com uma lista de participantes que fale em nome de todos os afegãos”, declarou, sublinhando que o diálogo é a chave para uma “paz duradoura”.
Na passada sexta-feira, os talibãs anunciaram o início da ofensiva anual de primavera no Afeganistão, apesar de estarem a decorrer negociações com os Estados Unidos sobre o processo de paz no país.
O Conselho de Segurança da ONU condenou imediatamente o anúncio. “Os membros do Conselho de Segurança pedem a todas as partes envolvidas no conflito que aproveitem a possibilidade do início de um diálogo inclusivo inter-afegão e de negociações que levem a um acordo político”, refere a declaração conjunta.
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