Ouvido numa audição, na comissão parlamentar de inquérito ao furto de Tancos, o inspetor da PJM afirmou que, antes de se afastar do caso, em setembro de 2017, a sua investigação tinha já tirado algumas conclusões.

“O que apuramos foi que algumas rondas não tinham sido feitas e que houve uma tentativa de esconder [da PJM] as ordens que tinham sido dadas para [as rondas] não se fazerem”, afirmou o capitão Bengalinha em resposta ao deputado do PS Ricardo Bexiga.

Quem o fez foi “o responsável pelas rondas” naquele dia, disse o inspetor da Judiciária Militar, não identificando o responsável.

O inspetor da PJM admitiu, também, a tese da cumplicidade no furto: “Com certeza, na minha perspetiva, na minha intuição e experiência enquanto investigador, diria que sim.”

João Bengalinha pediu, contudo, para não responder quando o deputado do PCP Jorge Machado o indagou sobre a tese da encenação e dos alegados informadores e lhe perguntou se era normal que quem “dá este tipo de informação passe a arguido ou vá livre como um passarinho”.

“Agradecia não responder a essa pergunta”, afirmou, embora admitindo que não lhe parecia “muito normal que assim seja”.

A uma pergunta acerca do autor de um parecer jurídico, pedido pelo Governo, sobre o confito de competências entre as duas judiciárias, civil e militar, o inspetor só respondeu à porta fechada, depois de se ter inicialmente recusado a faze-lo.

O furto de material de guerra foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017. Quatro meses depois, a PJM revelou o aparecimento do material furtado, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração de elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.

Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

A comissão de inquérito para apurar as responsabilidades políticas no furto de material militar em Tancos, pedida pelo CDS-PP, vai decorrer até junho de 2019, depois de o parlamento prolongar os trabalhos por mais 90 dias.

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