A greve afetará praticamente todos os serviços de saúde, com especial incidência nos blocos operatórios, altas e internamentos hospitalares, diagnósticos diferenciados em todas as áreas de intervenção clínica, planos terapêuticos em curso, distribuição de medicamentos e prevenção em saúde, referem em comunicado os sindicatos que promovem o protesto.
Os protestos arrancam às 00:00 de quarta-feira com uma “paralisação total do trabalho” até às 24:00 de quinta-feira, sendo assegurados “apenas os serviços mínimos previstos na lei”, afirma o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas do Diagnóstico e Terapêutica.
A paralisação é acompanhada, na quarta-feira, com concentrações em frente ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e junto à estátua de João Gonçalves Zarco, no Funchal. Na quinta-feira, estão marcadas concentrações no Porto e em Coimbra.
Após estas datas, a greve decorrerá em dias intercalados até ao final do mês (11, 12, 14, 18, 19, 21, 26, 27, 28 e 31 de dezembro).
Os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica (TSDT) consideram inaceitável que o Governo possa tentar encerrar o processo negocial, unilateralmente, sem acordo com os sindicatos.
“O Governo continua sem deixar outra alternativa aos sindicatos e aos TSDT. Marca uma reunião só para o dia 10 de dezembro, sem apresentar, até ao momento, novas propostas negociais, insinuando também a pretensão de encerrar as negociações”, afirma o presidente do sindicato, Luís Dupont.
Por esta razões, os profissionais têm de “continuar a lutar e a exigir uma negociação séria, com apresentação de novas propostas que reponham justiça e igualdade no enquadramento salarial e transições para as novas carreiras”, sublinha.
Os profissionais de saúde vão ainda manifestar “o seu repúdio” pelas afirmações recentes da ministra da Saúde, Marta Temido, “em nome do Governo, de que as propostas com as respostas às pretensões destes profissionais não podem pôr em causa a sustentabilidade do SNS”.
O sindicato afirma que “quem põe em causa a sustentabilidade do SNS” não são os trabalhadores, que apenas exigem “igualdade e equidade de tratamento na revisão e regulamentação” das carreiras.
Os profissionais exigem que o Governo aceite as propostas dos sindicatos de tabela salarial, que concorde com as regras de transição propostas pelos sindicatos, que incluam a colocação dos trabalhadores nas três novas categorias da carreira revista e o “correto descongelamento das progressões” dos profissionais, independentemente do vínculo laboral.
Os TSDT são constituídos por 19 profissões e abrangem áreas como as análises clínicas, a radiologia, a fisioterapia, a farmácia, a cardiopneumologia, entre outras, num total de cerca de 10 mil profissionais em exercício nos serviços públicos de saúde.
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