A decisão foi tomada na sessão de encerramento do 20.º Congresso do PCC, que definiu a agenda que vai moldar o futuro político do país asiático nos próximos cinco anos.
O texto da emenda não foi divulgado imediatamente, mas, antes da sua aprovação, um locutor referiu os motivos por detrás da decisão, mencionando repetidamente Xi e os seus “feitos” na modernização das Forças Armadas e da economia e no reforço da autoridade do Partido.
Nos seus breves comentários finais, Xi apontou que a revisão “estabelece requisitos claros para manter e fortalecer a liderança geral do Partido”.
No congresso anterior, em 2017, o PCC elevou já o estatuto de Xi ao consagrar as suas ideias — conhecidas como “Pensamento de Xi Jinping” — na sua carta magna.
A elevação do seu pensamento ideológico torna qualquer crítica às diretrizes de Xi num ataque direto ao Partido e sinaliza amplo apoio ao líder chinês entre a elite política do país, segundo observadores.
Xi Jinping, de 69 anos, deverá quebrar com a tradição política das últimas décadas no país. A análise consensual aponta para a atribuição de um terceiro mandato ao atual secretário-geral do PCC, mas os observadores vão estar atentos às entradas e saídas da cúpula do poder na China.
Exemplo disso é o de Li Keqiang, primeiro-ministro da China, que não consta na lista do novo Comité Central, sendo que apenas membros do Comité Central podem servir no Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder no país.
O novo Comité Central, uma espécie de parlamento do partido com cerca de 200 membros, foi eleito pouco depois das 11:00 na China (04:00, em Lisboa), de sábado, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.
Os outros três membros que foram afastados são o secretário do Partido Comunista no município de Xangai, Han Zheng, o chefe do órgão consultivo do Partido, Wang Yang, e Li Zhanshu, um antigo aliado de Xi e presidente da Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China.
Também no decurso do congresso, Hu Jintao, político de 79 anos que serviu como Presidente da China entre 2003 e 2013, foi pressionado pela equipa de segurança a levantar-se do seu assento ao lado do secretário-geral do Partido, Xi Jinping, na primeira fila do Grande Palácio do Povo.
A princípio relutante, o ex-presidente parece argumentar, antes de ser agarrado pelo braço por um funcionário, que o conduz até à saída. Hu Jintao mantém uma breve conversa final com Xi Jinping e o primeiro-ministro Li Keqiang, a quem dá o que parece ser um toque amigável no ombro.
Esta saída incomum do ex-presidente não foi imediatamente explicada ou noticiada pela imprensa estatal. Hu Jintao surpreendeu na abertura do congresso, no último domingo, ao aparecer envelhecido, com o cabelo agora completamente branco.
Xi Jinping emergiu durante a sua primeira década no poder como um dos líderes mais fortes na História moderna da China, quase comparável a Mao Zedong, o fundador da República Popular, que liderou o país entre 1949 e 1976.
Um terceiro mandato de Xi quebraria um limite não oficial de dois mandatos, que foi instituído para tentar evitar os excessos do poder absoluto que marcaram o reinado de Mao.
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