Espanha e Portugal reabriram as suas fronteiras às 23h00 de Lisboa (0:00 de quarta-feira em Espanha), três meses e meio depois de, em 17 de março, as terem fechado para lutar contra a pandemia, período durante o qual a fronteira luso-espanhola funcionou apenas com pontos de passagem exclusivamente destinados ao transporte de mercadorias e a trabalhadores transfronteiriços.
Horas depois da reabertura terão lugar as cerimónias oficiais, com a participação do Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, do rei de Espanha, Felipe VI, do primeiro-ministro português, António Costa, e do chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, primeiro, em Badajoz, e depois em Elvas, no distrito de Portalegre.
De acordo com o programa divulgado, pelas 09:30 de Portugal (10:30 em Espanha) haverá uma cerimónia no Museu Arqueológico de Badajoz, em que serão executados os hinos dos dois países e haverá uma fotografia de família. Quinze minutos mais tarde, decorrerá uma cerimónia semelhante, no Castelo de Elvas.
A ministra da Indústria, Comércio e Turismo espanhola, Reyes Maroto, começou por anunciar a reabertura das fronteiras com Portugal para o dia 22 de junho, anúncio a que o Governo português reagiu com surpresa, tendo sido depois acertado o dia um de julho.
Espanha foi um dos países mais atingidos pela pandemia de covid-19, doença provocada por um novo coronavírus detetado em dezembro do ano passado no centro da China, e soma mais de 28 mil mortes num total de cerca de 250 mil casos de infeção contabilizados.
Nas últimas semanas, o número de novas infeções e de mortes reportados baixou significativamente. No entanto, Espanha registou, de segunda para terça-feira, mais nove mortes, o triplo do dia anterior, e 99 novos casos de pessoas infetadas, também mais do que no dia anterior.
Nas mesmas 24 horas, Portugal registou mais oito mortes e mais 229 infetados, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Em Portugal, os primeiros casos foram confirmados no dia 02 de março e até agora já morreram 1.576 pessoas num total 42.141 casos de infeção contabilizados, de acordo com o relatório de segunda-feira da DGS.
A maioria dos novos casos tem surgido na Área Metropolitana de Lisboa, principalmente nos concelhos de Sintra, Amadora, Loures, Odivelas e Lisboa, o que levou o Governo a aplicar medidas específicas, sobretudo para 19 freguesias, onde continua a vigorar o estado de calamidade, enquanto a maior parte do território nacional passou a estado de alerta.
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