Na sua primeira reação pública após ser absolvido pelo Senado, Trump afirmou que foi posto sob "uma terrível provação por algumas pessoas muito corruptas e desonestas".

"Fizeram tudo o que foi possível para nos destruir e, fazendo isso, magoaram muito a nossa nação", declarou Trump em conferência transmitida pela televisão.

Falando com voz rouca, Trump informou que, mais tarde, se pronunciará sobre o assunto na Casa Branca. O presidente acrescentou que tratará de impedir que o que aconteceu durante o seu impeachment se repita.

"Não gosto de pessoas que usam a sua fé como justificação para fazer o que sabem que é errado", disse, numa aparente referência ao senador Mitt Romney, único republicano a votar contra o presidente: ao explicar o seu voto em plenário no Senado na quarta-feira, Romney mencionou a sua fé.

"Também não gosto de pessoas que dizem 'Eu rezo por si', quando elas sabem que não é assim", insistiu Trump, desta vez em alusão à presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi. Em inúmeras ocasiões, ela disse rezar pelo presidente.

"Tantas pessoas foram prejudicadas. Não podemos deixar isto continuar. Irei discutir isso um pouco mais tarde na Casa Branca", antecipou.

O julgamento político de Donald Trump conheceu ontem o seu veredito final, sendo que a votação no Senado decorreu depois de quase duas semanas de discussão à volta de dois artigos para destituição, que foram aprovados pela maioria democrata na Câmara dos Representantes em dezembro do último ano.

A sessão de contagem dos votos foi presidida pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça norte-americano, John Roberts, sendo que cada um dos 100 senadores foi inquirido por ordem alfabética, tendo de dizer se Donald Trump era "culpado" ou "inocente" quanto aos dois artigos de destituição

Na primeira votação, relativa à acusação de abuso de poder, Donald Trump foi absolvido, com 52 votos a declará-lo inocente e 48 votos a considerá-lo culpado.

Na votação do segundo artigo, que tratava da acusação de obstrução do Congresso, Donald Trump também foi absolvido, com 53 votos a declará-lo inocente e 47 votos determinando-o culpado.

Depois das votações, o John Roberts declarou formalmente a absolvição de Donald Trump. "O Senado, tendo julgado Donald John Trump, Presidente dos Estados Unidos, perante dois artigos de impeachment movidos contra ele pela Câmara dos Representantes, e tendo dois terços dos Senadores presentes não o havendo julgado culpado das acusações neles existentes: é, então, ordenado e julgado que o dito Donald John Trump seja absolvido das acusações presentes nesses artigos", proclamou.