“Vamos ter em permanência as corporações de bombeiros, quer de Vila Real quer de Amarante, no centro de comando do Túnel do Marão para acorrer às situações de emergência”, afirmou o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d’Oliveira Martins.

O governante esteve esta tarde no Túnel do Marão, conjuntamente com o secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, a visitar a sala de emergência da infraestrutura e a presidir à assinatura de protocolos com as corporações de bombeiros, Infraestruturas de Portugal (IP), responsável pela infraestrutura rodoviária.

Os bombeiros estarão no túnel, segundo Guilherme d’Oliveira Martins, a partir da próxima semana, estando, depois, previsto realizar um simulacro de incêndio até ao final de maio.

“Os bombeiros entrarão em formação e, já no decurso da próxima semana, teremos as duas corporações aqui situadas”, salientou.

Serão no total 16 bombeiros, oito da corporação de Amarante e oito da Cruz Branca (Vila Real), e, em permanência no túnel, estará uma equipa de três elementos em permanência.

No edifício localizado junto à saída da galeria norte, sentido Vila Real/Amarante, estarão as equipas da IP e os bombeiros, que terão acesso ao serviço de voz direto entre a sala e o centro de controlo de tráfego da IP, com gravação das comunicações, e à visualização das imagens do túnel na sala.

De acordo com o protocolo, a IP assume o pagamento de uma verba mensal de 12.476 euros, ou seja 6.238 euros a cada associação. Por sua vez, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) assume o pagamento da verba mensal 6.718 euros (3.359 euros a cada corporação).

“O centro de comando está sempre aberto, funciona em articulação com Almada. No âmbito da revisão do plano de emergência vamos ter 24 horas, sete dias por semana, todo o ano, o centro de emergência a funcionar para acorrer às situações de emergência”, salientou Guilhermo d’Oliveira Martins.

Um incêndio num autocarro, dentro do Túnel do Marão, em junho de 2017 lançou um alerta sobre questões de segurança e socorro dentro deste que é o maior túnel rodoviário da Península Ibérica, com 5.665 metros e está incluído no Autoestrada 4 (A4).

Um inquérito à avaliação da resposta operacional apontou lacunas na resposta ao incêndio, que ocorreu em junho de 2017. O documento revelou um hiato temporal de 36 minutos entre o alerta inicial e o início do combate e aconselhou uma revisão dos procedimentos para agilizar a chegada dos meios.

O relatório ao incidente fez ainda referência ao centro de controlo de trânsito, localizado junto à saída de Amarante, considerando que deveria ser reaberto para fazer uma ligação operacional, a articulação, assistência, intervenção e apoio com os agentes de proteção e socorro.

Este centro foi desativado e transferido para as instalações da Infraestruturas de Portugal (IP), em Almada.

Na sequência do relatório foi elaborado um Plano de Prevenção e revistos os planos de Emergência Interna e Prévio de Intervenção pela IP e pela ANPC. Agora, será realizado um simulacro de incêndio dentro da infraestrutura para testar os procedimentos.

“Os simulacros far-se-ão em maio e far-se-ão as vezes que forem necessárias. O que queremos é garantir que o túnel cumpre as melhores regras de segurança a nível transeuropeu”, frisou o secretário de Estado.

Este simulacro já era reivindicado pelos bombeiros que atuam na infraestrutura, antes mesmo da abertura ao tráfego do Túnel do Marão, a 08 de maio de 2016.

Entretanto, depois do incidente com o autocarro já se se registaram mais dois incêndios em viaturas dentro da infraestrutura.

Em todos os casos não se registaram vítimas. Contudo, o túnel ficou fechado ao trânsito por diferentes períodos de tempo.

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, agradeceu ao Governo ter “obrigado a IP a corrigir o erro que cometeu quando desativou” o centro de comando local e frisou que a solução encontrada “é uma solução melhor da que estava inicialmente prevista”.

O autarca referiu ainda estar prevista “a compra, por parte da IP, de um veículo específico para atuar na infraestrutura” e que custará cerca de “700 mil euros”.