
"Num primeiro momento, está prevista a construção de 8,5 quilómetros (de barreira) este ano", declarou Yunus Sezer, presidente distrital de Edirne, na Turquia, que faz fronteira com a Grécia e a Bulgária, países membros da UE.
O dirigente acrescentou que, de seguida, o muro será prolongado ao longo da fronteira terrestre entre a Turquia e a Grécia, que tem cerca de 200 km e acompanha quase na totalidade o rio Evros, que os turcos chamam de Meriç.
Em 2016, a UE e a Turquia assinaram um acordo para que o país mantivesse no seu território os refugiados sírios - as estimativas apontam que o número atualmente é de 2,9 milhões de pessoas.
O acordo, assinado após a chegada de mais de um milhão de refugiados à UE em 2015, incluía como contrapartida dois pagamentos de 3 bilhões de euros (mais de 3,2 bilhões de dólares na taxa de câmbio atual) para a Turquia.
As ONGs criticaram o pacto, que entenderam como uma manobra do bloco para terceirizar a gestão migratória.
Em fevereiro e março de 2020, dezenas de milhares de migrantes chegaram à fronteira e tentaram entrar na Grécia, depois de o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçar abrir as suas fronteiras com a UE.
Na altura, Atenas construiu uma barreira de aço de dezenas de quilómetros na fronteira com a Turquia.
O fluxo migratório entre a Turquia e a Grécia, no entanto, ocorre fundamentalmente pelo mar, devido à proximidade das ilhas gregas do leste do Egeu das costas turcas.
Seis migrantes morreram no final de fevereiro em águas turcas quando tentavam chegar à ilha grega de Samos num bote insuflável.
A Turquia, por sua vez, construiu nos últimos anos muros com uma extensão de 1.000 km ao longo das fronteiras com o Irão e a Síria, para impedir as entradas irregulares.
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