O Exército russo tenta há meses tomar a cidade, atualmente destruída, com apoio dos mercenários do grupo paramilitar Wagner. Ambos os lados sofreram perdas na cidade.
Moscovo tem conseguido pequenos avanços nesta área nas últimas semanas, com a tomada da cidade de Soledar e a localidade de Blahodatne.
"Estão a travar-se combates sanguinários nos bairros do norte (de Bakhmut) rua a rua, casa a casa", declarou neste domingo o chefe do grupo russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, cujos recrutas estão na linha de frente da batalha.
"As forças armadas ucranianas não se estão a retirar. Estão a lutar até o último homem", acrescentou a declaração partilhada no Telegram pela sua assessoria.
O Estado-Maior ucraniano confirmou combates e bombardeamentos em diversos pontos da frente leste, ao passo que as autoridades regionais relataram quatro mortes e 11 feridos nas últimas 24 horas.
Além disso, cinco pessoas ficaram feridas neste domingo em dois ataques russos no centro de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia.
No seu discurso nesta noite de sábado, Volodymyr Zelensky reconheceu que a situação está a ficar "complicada" na frente de combate, especialmente em Bakhmut, que prometeu defender "o quanto pudermos".
O presidente ucraniano também citou as cidades de Vugledar e Lyman, que as tropas ucranianas retomaram aos russos no ano passado. A Rússia está "a lançar mais e mais as suas forças para romper a nossa defesa", disse Zelensky
"Ontem à noite, um míssil caiu no meu jardim e uma bala entrou em minha casa, poderia ter me atingido", disse Serafim Chernyshov, de 20 anos, enquanto tiros soavam à distância. "Se me matarem, será a vontade de Deus", acrescentou, conformado, este morador de Bakhmut.
Com receio de sofrer outro grande ataque russo, a Ucrânia está ansiosa pela entrega das armas prometidas pelos seus aliados ocidentais, especialmente tanques pesados e mísseis de longo alcance.
O ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, garantiu neste domingo que essas armas de longo alcance não serão usadas para atingir a Rússia, mas sim as áreas ocupadas na Ucrânia.
Reznikov também criticou a "relutância" dos países ocidentais em entregar caças a Kiev, o que, segundo ele, "custará mais vidas" aos ucranianos.
O Canadá enviou no sábado o primeiro dos quatro tanques Leopard 2 oferecidos a Kiev. Outros países ocidentais também prometeram armas à Ucrânia, como os Estados Unidos, a França e Alemanha.
A chegada de armas ocidentais é crucial para a Ucrânia, mas a Rússia adverte que isso pode provocar uma escalada no conflito, que começou em 24 de fevereiro de 2022.
Um embargo da União Europeia aos produtos petrolíferos refinados russos exportados pelo mar deve entrar em vigor neste domingo, uma medida que Moscovo diz ter um impacto "negativo" porque "desequilibrará ainda mais" os mercados.
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