Um dia após a assinatura de um protocolo com Albânia e Macedónia do Norte para eliminar os últimos obstáculos à adesão, Fiala, cujo país assume a presidência semestral rotativa da UE, indicou em mensagem no Twitter que os 27 Estados-membros “acabam de dar o seu acordo à abertura de negociações de adesão com a Albânia e a Macedónia do Norte”.
“Ultrapassámos uma nova etapa importante para a aproximação dos Balcãs ocidentais à UE”, acrescentou o chefe do Governo checo, após uma reunião em Bruxelas.
No domingo, os dois países balcânicos assinaram em Sófia um protocolo bilateral, o último passo antes da primeira reunião intergovernamental que assinalará o início das negociações entre Bruxelas, Skopje e Tirana.
A Macedónia do Norte estava bloqueada desde 2005 na antecâmara da UE, devido ao veto da Grécia até 2018, e ao bloqueio do dossier pela Bulgária em 2020, devido a divergências históricas e culturais.
A proposta de consenso aceite pela Bulgária, e delineada durante a anterior presidência francesa da UE, que terminou no final de junho, prevê que se realize no imediato uma primeira Conferência Intergovernamental (CIG), com caráter meramente político, pelo facto de as negociações apenas poderem ser iniciadas após a aprovação de uma emenda constitucional que inclua os búlgaros (cerca de 3.500 pessoas) como povo constitutivo da República da Macedónia do Norte, uma sugestão que tem sido foco de novos problemas.
A oposição macedónia, numerosos intelectuais, mas também organizações não governamentais (ONG) próximas da coligação governamental liderada pelos sociais-democratas (SDSM) e partidos menos expressivos, rejeitaram a proposta.
Nos seus argumentos, consideram que a proposta contém artigos que a Bulgária poderá usar para vetar no futuro as negociações de adesão.
A Bulgária insiste que a Macedónia do Norte altere alguns dos livros escolares e onde se reconheça que a língua macedónia tem raízes búlgaras, e que os dois povos partilharam no passado uma história comum.
A Macedónia do Norte tem sublinhado que a sua identidade e a língua macedónia não estão abertos a discussões.
Uma sondagem realizada no início de julho pelo Instituto para Análises Políticas (IPIS) indicou que apenas 29% dos inquiridos deste país multiétnico apoia a proposta da UE.
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