Serhii Bolvinov, investigador-chefe da polícia da região de Kharkiv, adiantou à Sky News que todos os corpos vão ser exumados e levados para examinação forense no que está a ser encarada como uma enorme operação policial para recolher provas de crimes de guerra perpetrados pelas forças russas.

Bolvinov disse ainda que há provas de que cada corpo foi enterrado individualmente e de que a investigação encetada em Kharkiv levantou sinais de haver outros locais onde as forças russas terão enterrado pessoas.

"Posso dizer que este é um dos maiores locais de enterro numa cidade libertada, contém mais de 440 sepulturas", continuou.

O investigador-chefe, porém, não adiantou para já se houve casos de tortura descobertos entre as campas. "Sabemos que algumas pessoas foram mortas [a tiro], outras devido a fogo de artilharia, outras ainda devido a bombardeamentos. Temos também a informação de que ainda há muitos corpos por identificar. Por isso mesmo, as causas de morte vão ser apuradas durante a investigação", concluiu.

Esta nova descoberta traz à memória a descoberta de centenas de cadáveres nas ruas e em valas comuns em Bucha, na periferia de Kiev, a 2 de abril. Tal como em Izyum, os corpos foram encontrados depois de cessar a ocupação russa dessa cidade. Moscovo negou todas as acusações.

Já no seu discurso noturno diário, o presidente ucraniano Zelensky comparou Izium às cidades de Bucha e Mariupol. "Queremos que o mundo saiba aquilo que provocou a ocupação russa. A Rússia deixa a morte atrás dela e por todo o lado. E deve responder. O mundo deve considerar a Rússia responsável desta guerra. Vamos tudo fazer para que isso aconteça", disse o presidente ucraniano.

(Artigo atualizado às 23h55)