“Esperamos poder realizá-lo (o encontro) o mais rapidamente possível”, afirmou Parolin em declarações à imprensa na embaixada de Itália no Vaticano, à margem do evento organizado pela linha de ajuda a crianças vítimas de violência Teléfono Azzurro “Quebremos o Silêncio”, sobre os abusos a menores.
Segundo o cardeal, “a libertação dos reféns é um dos pontos fundamentais da solução para o problema atual, do aspeto humanitário, dos que lá estão: mulheres, homens, crianças, bebés, grávidas”.
Apelou igualmente para “um cessar-fogo” e para “a entrada de ajuda e a prestação de cuidados aos feridos”, que são, na sua opinião, “os dois principais eixos em torno dos quais deve girar a solução do problema”.
O responsável do Vaticano condenou também os atos de guerra do Exército israelita contra os hospitais da Faixa de Gaza, argumentando que “o respeito pelos hospitais e pelos lugares de culto é um aspeto fundamental do direito internacional humanitário”.
“Não há razão alguma para utilizar os hospitais para qualquer ato de guerra”, sustentou, acrescentando que, por isso, “a condenação é total”.
O cardeal fez ainda referência à esperança, manifestada em repetidas ocasiões pelo Papa Francisco, de que seja convocada uma nova Conferência de Helsínquia, na esteira do evento de 1975 em que foram assinados por 35 países ocidentais os Acordos de Helsínquia, para tentar melhorar a política de contenção entre Ocidente e Oriente durante a Guerra Fria.
“Esperemos, esperemos!”, exclamou o secretário de Estado do Vaticano, ao mesmo tempo identificando um “sinal positivo” ocorrido na quinta-feira, com o encontro entre o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o homólogo chinês, Xi Jinping, em São Francisco, no Estado norte-americano da Califórnia.
Para Parolin, foi “um passo em frente nas relações entre os Estados Unidos e a China” e um progresso numa situação de “tensão generalizada”.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 42.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 11.500 mortos, na maioria civis, 29.800 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.
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