“Nos primeiros nove meses do ano, foram denunciados 34 casos de tortura, e registaram-se 554 vítimas individualizadas desse crime contra os direitos humanos (…) A maioria são homens jovens e pobres”, lê-se no relatório da PROVEA.

O número registado – de janeiro a setembro deste ano -, representa um aumento de 508,25% no número de vítimas contadas, em comparação aos 12 meses do ano de 2018, quando foram registados 109 casos de pessoas torturadas, acrescenta a PROVEA.

Segundo aquela ONG, trata-se do “valor mais alto documentado” em 31 anos de monitoramento.

“A maioria das pessoas torturadas (98,55%) eram homens, jovens e pobres. A idade das vítimas varia entre os 18 e os 50 anos”, acrescenta-se no documento.

“Do total de vítimas registadas pela PROVEA entre janeiro e setembro, 408 (73,64%) estavam detidas pela prática de crimes comuns; 124 (22,38%) eram militares detidos e acusados de conspirar contra [o Presidente] Nicolás Maduro, e outras 22 pessoas (3,97%) eram civis detidos por razões políticas ou no exercício do direito à manifestação pacífica”, lê-se no relatório.

Segundo a PROVEA nos primeiros nove meses de 2019, 21 pessoas “morreram como resultado de torturas das forças de segurança. Dezanove das mortes registadas ocorreram em Centros de Detenção Preventiva, sob o controlo da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC, antiga Polícia Técnica Judiciária) e de polícias regionais”.

O Estado venezuelano de Carabobo é o que regista o maior número de vítimas, com 201 pessoas torturadas (36,28%).

Em segundo lugar está o Estado de Miranda, com 181 vítimas (32,67%).

Anzoátegui ocupa o terceiro lugar, com 101 vítimas (18,23%).