“Estamos em vias de expulsar mais de 10 mil mineiros ilegais através da presença física dos efetivos da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB)”, afirmou o chefe de Estado numa cerimónia militar em Caracas.

O aumento da atividade mineira está a “destruir a Amazónia (…) e a Venezuela”, afirmou Nicolas Maduro, referindo-se aos destacamentos militares destinados a libertar a província, que faz fronteira com o Brasil e com a Colômbia, e “os parques nacionais da Venezuela”.

Durante o passado fim de semana 1.281 pessoas abandonaram de forma voluntária a região, disse o general Domingo Hernandez Larez, responsável pelas operações militares venezuelanas.

As Forças Armadas lançaram a operação “Autana 2023” em Yapacana, o maior parque nacional do país (320 mil hectares) onde foi estabelecido um “canal humanitário” para a retirada dos mineiros, assim como familiares que acompanham os trabalhadores estrangeiros em situação irregular.

Na província encontram-se mineiros oriundos da Colômbia, do Brasil e do Equador.

As imagens difundidas pelos militares mostram os danos, “por vezes irreversíveis”, nas zonas florestais e nos rios, que foram praticamente destruídos pela extração ilegal.

Entrevistados pela Agência France Presse em junho, habitantes da província venezuelana da Amazónia referiam o avanço da extração ilegal de minério nos territórios.

Por outro lado, várias doenças, incluindo cancro, afetam mais habitantes da zona como resultado da ingestão de peixe de rios contaminados pelo mercúrio utilizado na extração de ouro, afirmaram os habitantes.

A organização não-governamental Orinoco alertou que 2.227 hectares em Yapacana (equivalente a 3.200 campos de futebol) foram devastados pela exploração mineira ilegal em 2020.