De acordo com o mais recente boletim da Comissão Nacional das Primárias (CNP), divulgado na terça-feira, a engenheira industrial, que era tida como favorita nas primárias da oposição, tem mais de 2,25 milhões de votos.
Em segundo lugar, mas com apenas 112.523 votos, 4,6% do total, segue o também antigo deputado Carlos Prosperi. Nenhum dos outros oito candidatos conseguiu atingir sequer 0,7%, incluindo a juíza independente luso-venezuelana Glória Pinho (0,12%).
Neste terceiro balanço, a CNP disse que contabilizou mais de 2,4 milhões de pessoas que participaram nas primárias, incluindo quase 133 mil fora da Venezuela.
O início da divulgação dos resultados preliminares sofreu na segunda-feira um atraso, que o CNP atribuiu a um bloqueio dos servidores, lamentou o presidente deste órgão, Jesús María Casal.
Depois de conhecidos os primeiros resultados, a Presidência da Venezuela acusou a oposição de “inflacionar os números” de participação e garantiu que, segundo os seus próprios cálculos, que foram “verificados e confirmados”, cerca de 600 mil pessoas votaram nas primárias.
A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pelo Governo, afirmou na terça-feira que as primárias foram uma “grande fraude”, repetindo as palavras do atual Presidente Nicolás Maduro.
Horas depois, numa conferência de imprensa, Maria Corina Machado minimizou as acusações e disse ter recebido no domingo “um mandato inequívoco” no processo de “construção” do percurso presidencial para 2024.
“Nós, venezuelanos, demonstrámos um profundo amor pela democracia e um grande compromisso com o futuro do nosso país”, declarou a candidata.
“Os números projetados hoje [terça-feira], devo admitir, excedem em muito as nossas melhores estimativas, chegando mesmo a duplicá-las”, acrescentou Machado, de 56 anos.
No sábado, em declarações à Lusa, Maria Corina Machado, apelido que herdou “de uma família de Portugal, com já vários séculos na Venezuela”, elogiou o exemplo de ética, trabalho e generosidade dos luso-venezuelanos no país.
Em 30 de junho, o fiscalizador das finanças das instituições públicas da Venezuela, a CGR, anunciou que a antiga deputada está impedida de exercer cargos públicos por um período de 15 anos.
A decisão foi divulgada depois de Machado formalizar a sua candidatura às primárias da oposição.
A CGR explicou que foi feita uma auditoria patrimonial concluindo-se que, ao abrigo da Lei Contra a Corrupção, Machado teria incorrido em omissão nas declarações de 50% dos fundos que administrou em vários bancos nacionais em bolívares e em moeda estrangeira.
Machado disse na altura que a decisão da CGR tinha motivações políticas.
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