Vários meios de comunicação noticiaram que o jovem morreu enquanto estava a ser sujeito a uma intervenção cirúrgica, no Hospital de Clínicas Caracas, um centro de saúde privado situado perto do local onde o jovem foi ferido.

O Ministério Público (MP) venezuelano já tinha confirmado que um jovem de 17 anos foi ferido por uma bala quando se encontrava nas proximidades de uma marcha de contestação, no centro de Caracas, e anunciou que vai investigar os acontecimentos para identificar os responsáveis.

O MP referiu, em comunicado, que, “de acordo com a informação preliminar, cerca das 11:00 da manhã [16:00 em Lisboa], o jovem foi baleado na cabeça, tendo sido levado de imediato” para o hospital.

A Venezuela é hoje palco de manifestações de opositores e apoiantes do regime venezuelano, no dia do 207.º aniversário da ‘revolução' de 1810, que levou à independência do país.

A intenção dos opositores do Presidente, Nicolas Maduro, é realizar a "mãe de todas as marchas", em todos os 24 estados do país.

A mobilização convocada para o centro de Caracas é uma dos 26 protestos promovidos pela oposição na capital com o objetivo de se juntarem numa grande marcha, que se dirigiria à sede principal da Defensoria del Pueblo, uma espécie de procuradoria popular, localizada perto do local dos acontecimentos.

Antecipando o protesto, o Presidente ordenou às Forças Armadas Bolivarianas (FAB) que se dispersem por todo o país e anunciou que aprovou um plano para aumentar para 500.000 os membros da Milícia Bolivariana que, armados, serão enviados "em defesa da moral, da honra, do compromisso com a pátria".

Em paralelo, o Governo anunciou uma "marcha histórica", em Caracas, para assinalar o aniversário da ‘revolução'.

Desde o início de abril, uma onda de manifestações foi marcada por violentos confrontos com a polícia que fizeram pelo menos seis mortos e centenas de feridos.