Do protesto, que paralisou o transporte em Caracas, fez parte uma caravana com a imobilização de autocarros junto das sedes do Ministério do Poder Popular para o Transporte, da Fundação Fundo Nacional de Transporte Urbano e do Instituo Nacional Para o Transporte Terrestre.
No centro da polémica está o arranque, a 01 de agosto passado, do Registo Nacional de Transporte, através do Cartão da Pátria, um cartão de identificação promovido e atribuído pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), que a oposição diz tratar-se de uma maneira de forçar a população a inscrever-se naquela organização partidária.
Estes profissionais entregaram um documento às autoridades, chamando ainda a atenção para a precária situação das viaturas que prestam serviço de transporte de passageiros e que, na Venezuela, são, na maioria, dos próprios motoristas.
Nesse sentido, exigem das autoridades o abastecimento de peças de reposição para poderem continuar a prestar serviço e denunciaram que há mais de seis meses que os motoristas não conseguem pneus e que estão há mais de oito meses sem conseguir uma bateria.
Por outro lado, reclamam que as autoridades não autorizam o aumento do preço do transporte de passageiros, o que os impede de reunir os recursos económicos para comprar as poucas peças de reposição que estão disponíveis no país.
O motorista José Luís Pereira explicou aos jornalistas que há dezenas de autocarros paralisados por falta de caixas de velocidade, pneus e pastilhas para os travões.
Segundo o presidente do linha de Transporte do Leste de Caracas (na Venezuela existem cinco), Luís Ramón Colmenares, os motoristas de Caracas não participarão no Registo Nacional de Transporte, porque em pelo menos cinco vezes o Governo registou os dados prestadores de serviço mas não deu respostas.
“Estamos num caos total. Se não resolverem imediatamente, o transporte paralisará, vamos ter puras “perreras” e haverá mais mortos”, disse, fazendo alusão ao facto de a crise no setor ter feito surgir o transporte de passageiros em camiões com carroçarias abertas e fechadas.
Na próxima semana os motoristas vão reunir-se para definir novas ações de protesta.
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