“Ele tem de esclarecer o que sabia desta acumulação de funções, se foi autorizada por ele e se é verdade o que diz o sindicato da aviação, que informou em reunião o Ministério das Infraestruturas de que estava a haver uma acumulação ilegal de funções por parte da CEO da TAP e que mesmo assim ele optou por mantê-la em funções e optou por deixá-la continuar a trabalhar”, afirmou André Ventura, em declarações aos jornalistas.
“Isto, para além de poder configurar um ilícito criminal ou de outro tipo, é de uma falta de responsabilidade política enorme”, acrescentou.
O líder do Chega falava em Angra do Heroísmo, à margem de uma arruada, no primeiro dia de campanha para as eleições legislativas regionais nos Açores, que decorrem em 04 de fevereiro.
André Ventura acusou o primeiro-ministro, António Costa, de “descartar completamente a sua responsabilidade” e o candidato socialista às eleições legislativas Pedro Nuno Santos de continuar “em silêncio”.
“Como é que Pedro Nuno Santos quer que confiemos nele para primeiro-ministro de Portugal, quando ele a gerir uma componente muito mais pequena, que eram as Infraestruturas, foi de trapalhada em trapalhada até à trapalhada final, foram ilegalidades atrás de ilegalidades e incapaz de assumir essa responsabilidade?”, questionou.
No dia em que decorre uma convenção da Alternativa Democrática (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM nas legislativas de 10 de março), o líder do Chega voltou a desafiar o presidente social-democrata, Luís Montenegro, a clarificar se vai “viabilizar um governo do PS”, caso os socialistas vençam as eleições, mas a direita tenha maioria no parlamento.
“Se o PSD mudou de opinião, em relação ao que fez nos Açores e se agora acha que, mesmo havendo uma maioria à direita, com Chega, PSD e Iniciativa Liberal, o PS deve governar, se este é o novo pensamento do PSD, isto tem de ficar claro”, sublinhou.
Na convenção, o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, afirmou que o “único governo” que a Aliança Democrática vai viabilizar é destes partidos e pediu a André Ventura para não “tresler o pensamento dos outros”.
“Para que fique claro, o único governo que a AD vai viabilizar depois de 10 de março vai ser o governo da AD quando vencermos as eleições, contados todos os votos. Vai ser o único governo que vamos viabilizar”, salientou.
André Ventura insistiu, no entanto, que é Luís Montenegro quem tem de dizer o que vai fazer, alegando que o líder centrista “aparentemente está a querer dizer que não disse aquilo que disse”.
O dirigente do Chega acrescentou que também o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, declarou que “quem vence deve governar, mesmo que haja uma maioria à direita”.
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