Os bispos reuniram-se hoje em assembleia plenária em Mainz (oeste da Alemanha) e aprovaram um documento que prevê o pagamento mais elevado previsto na lei, ou 50 mil euros.

Nos casos mais graves, o valor pode exceder esse limite.

"Acho que estamos a enviar um sinal", garantiu em conferência de imprensa o cardeal Stephan Ackermann, adiantando que até ao momento a igreja pagou em média 5 mil euros por vítima.

Esta posição do cardeal não é partilhada pela associação de vítimas Eckiger Tisch.

"A Igreja na Alemanha não está pronta para assumir a responsabilidade pelos seus crimes e oferecer a compensação às vítimas", cobrindo todos os danos, reagiu seu líder, Matthias Katsch, referindo que as somas pagas pela Igreja compensam, no momento, apenas o sofrimento moral das vítimas.

Numa declaração pública, exortou indiretamente os fiéis a deixarem a Igreja "que aparentemente se apega muito ao dinheiro e despreza as vítimas".

Em 2018 um estudo realizado por pesquisadores independentes revelou que 3.677 menores tinham sido abusados sexualmente por mais de mil membros do clero desde 1946.

Os autores do estudo, que não tiveram acesso a todos os arquivos da Igreja, estimaram que o número de vítimas era provavelmente maior.

Uma comissão independente recomendou duas soluções: um pagamento fixo de 300.000 euros ou um sistema individualizado com pagamentos que variam, dependendo da gravidade dos casos, de 40.000 a 400.000 euros.

A oferta apresentada na quinta-feira está longe das expectativas.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.