Sentados na Sala Oval da Casa Branca, Zelensky e Biden conversaram perante os jornalistas, tendo o presidente ucraniano pedido desculpa por não ter visitado antes os EUA e agradecendo ao presidente norte-americano, aos membros do Congresso e ao "povo" pelo apoio prestado à Ucrânia.

O presidente ucraniano frisou que "a guerra não acabou" e que o seu país continua a ter muitos desafios a enfrentar a Rússia. Um desses desafios é o frio, tendo Biden observado que o Kremlin está "a tentar usar o inverno como uma arma no conflito".

"É uma honra estar ao seu lado", disse Biden, considerando que "os ucranianos inspiram o mundo", na sua luta pela liberdade que os EUA apoiam "a Ucrânia na procura de uma paz justa".

Biden prometeu ainda que manterá a ajuda financeira, militar e humanitária à Ucrânia, em particular no apoio à defesa aérea, referindo-se à entrega de mísseis Patriot por parte dos norte-americanos, pela primeira vez desde o início do conflito, anunciada pouco antes do líder ucraniano aterrar em Washington.

Por sua vez, Zelensky deu uma medalha de honra ao seu homólogo de um "grande herói" a combater em Bakhmut, onde esteve esta terça-feira, cidade no Dombass palco de duros combates.

Pelas 14:00 locais (19:00 em Lisboa), à entrada da Casa Branca, Zelensky — vestido de verde-tropa — foi recebido, com guarda de honra, pelo próprio chefe de Estado norte-americano e pela primeira-dama Jill Biden, tendo tirado uma fotografia protocolar com o casal presidencial, destacando-se a forma calorosa como Biden recebeu Zelensky, com a mão por cima do seu ombro.

Zelensky aterrou esta tarde em Washington depois de viajar desde Kiev até uma zona de fronteira com a Polónia onde embarcou num avião militar norte-americano que o levou até à capital dos EUA.

A confirmação da aterragem da aeronave que transportou o presidente ucraniano foi dada pela AFP, que cita uma fonte diplomática de Kiev.

“Estou hoje em Washington para agradecer ao povo americano, ao Presidente e ao Congresso pelo seu muito necessário apoio. E também para continuar a colaboração para nos trazer a vitória", escreveu Zelensky após aterrar, numa mensagem partilhada através do Telegram.

Zelensky, cujo avião aterrou na Base Aérea de Andrews, vai tentar nos Estados Unidos obter mais apoio para a Ucrânia e “enviar uma mensagem desafiante aos invasores russos”, afirmou um alto funcionário da Administração Biden.

De acordo com as cadeias de televisão norte-americanas, CBS e CNN, o presidente da Ucrânia segue de imediato para a Casa Branca onde vai reunir-se com Joe Biden em encontro bilateral, seguindo-se de conferência de imprensa conjunta entre os dois presidentes.

Na agenda de Zelensky está ainda prevista a ida ao Capitólio, onde o presidente da Ucrânia fará um discurso perante os congressistas democratas e republicanos.

Na conta pessoal da rede social Twitter, o Presidente ucraniano disse, antes de iniciar da partida para Washington, que a sua primeira viagem conhecida para fora da Ucrânia desde o início da guerra, em fevereiro, destina-se a “fortalecer a resiliência e as capacidades de defesa” de Kiev e a discutir a cooperação com os Estados Unidos.

Naquela que é a primeira vez que sai do país, desde a invasão da Rússia à Ucrânia, o presidente Zelensky deverá discutir com Biden a assistência militar, nomeadamente, o fornecimento de sistemas defensivos como os mísseis Patriot e formação militar.

A propósito deste tema, os Estados Unidos anunciaram hoje que fornecerão ajuda militar à Ucrânia no valor de 1,85 mil milhões de dólares (1,75 mil milhões de euros), incluindo uma bateria de mísseis Patriot.

O anúncio da Casa Branca surgiu poucas horas antes da chegada de Zelensky, sendo que o pacote de ajuda inclui mil milhões de dólares em armas e equipamentos dos 'stocks' do Pentágono, incluindo a primeira transferência do sistema de defesa aérea Patriot, e 850 milhões de dólares em financiamento através da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia (USAI, na sigla em inglês).

Parte da USAI será usada para financiar um sistema de comunicações por satélite, que provavelmente incluirá o Starlink, o crucial sistema de rede de satélites da SpaceX, de propriedade de Elon Musk.

[Notícia atualizada às 20:05]