"Se os nossos homens forem assassinados em Mariupol e se forem organizados supostos referendos na região de Kherson, a Ucrânia vai retirar-se de todo o processo de negociação", afirmou Zelensky numa conferência de imprensa organizada a partir de uma estação de metro de Kiev, a capital ucraniana.

Não obstante, Zelensky pediu um encontro com Putin para "pôr fim à guerra" na Ucrânia. "Acredito que quem começou a guerra poderá pôr fim", disse Zelensky.  O líder ucraniano reiterou que não tinha "medo" de se reunir com Putin, se isso permitisse alcançar um acordo de paz entre os dois países.

Segundo o conselheiro do chefe de gabinete do Presidente ucraniano, Oleksiy Arestovych, as tropas russas retomaram hoje os ataques aéreos em torno da fábrica de aço Azovstal.

Oleksiy Arestovych realçou, porém, que as defesas da cidade estão a tentar resistir, apesar da situação difícil, e que as tropas ucranianas estão mesmo a levar a cabo contra-ataques. Segundo a agência Ukrinform, cerca de 1.000 civis e militares ucranianos estão no complexo industrial de Mariupol, dos quais cerca de 500 estarão feridos.

Paralelamente, as autoridades ucranianas estão a exigir que os russos estabeleçam um corredor humanitário urgente a partir de Azovstal, num momento em que permanecem sitiados na cidade aproximadamente 120 mil civis.

Na conferência de imprensa de hoje à tarde, o presidente ucraniano disse ainda que o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken irá deslocar-se a Kiev no domingo, dia em que se assinala um mês da invasão russa.

“Amanhã [domingo], autoridades norte-americanas virão a nossa casa: irei encontrar-me com o ministro da Defesa [Lloyd Austin] e Antony Blinken”, afirmou.

Esta será a primeira visita oficial de representantes do governo norte-americano à Ucrânia desde 24 de fevereiro, dia em que a Rússia lançou uma ofensiva militar naquele país, que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.