“Já trabalhei em vários pontos do mundo, e acho que não há outro local que se compare à comunidade portuguesa. É algo mesmo especial”, conta-nos Nick Bice, responsável pelo departamento de manutenção das embarcações que participam na Volvo Ocean Race quando lhe perguntamos pelo feedback da capital portuguesa.
Lisboa foi o local escolhido pela direção da prova que percorre o mundo para instalar o ‘Boatyard’, um centro de recuperação náutico onde as embarcações utilizadas na última edição da prova, em 2014/15, sofrem um ‘refit’ - são reparadas - para poderem voltar à competição ao mais alto nível na próxima edição, já em outubro deste ano.
No momento em que nos aproximamos dos 9 meses de existência do Boatyard na Doca de Pedrouços, o balanço que Bice faz é positivo. Nos próximos meses haverá um grande movimento no porto lisboeta até que as embarcações partam todas para Alicante, em Espanha, cidade onde irá começar a regata à volta do mundo, algo que deverá acontecer entre a segunda quinzena de agosto e a primeira de setembro, revela-nos.
A partir daí o futuro é incerto, mas, confessa-nos Bice, uma das suas ambições é permanecer na capital portuguesa. “Temos a ambição de ficar”, diz.
“Os portugueses cresceram no mar, ter essa cultura, e ter essa história, e toda essa paixão é muito importante. E isso sente-se, toda a gente com quem interagi, na indústria marinha, dá para sentir que eles nasceram com o mar a correr-lhes nas veias”, acrescenta o homem responsável pelo 'Boatyard'.
Logo depois, e sem ter conhecimento das palavras do seu colega de trabalho, Mark Turner chegou junto da comitiva portuguesa de jornalistas presente em Gotemburgo, no Museu da Volvo, e corroborou as palavras de Bice: “Espero que Lisboa queira estar envolvida nesta corrida, em todas as frentes. Até agora, tivemos uma experiência fantástica em Lisboa”.
O CEO da VOR confirmou que está em conversações com várias instituições ligadas ao mar, numa cidade apelida como sendo "uma porta aberta para o Atlântico".
"É um sítio fantástico, onde podemos navegar a 35 nós durante 10 milhas (cerca de 18 quilómetros) quase todos os dias do ano”.
“É um sítio extraordinário, é uma casa para a Volvo Ocean Race Academy no futuro. Não consigo pensar num lugar melhor, para ser sincero”, confessa o Mark Tuner.
A Academia da VOR, que tem a ambição de educar e ajudar a formar os maiores e melhores velejadores do planeta tem sido, essencialmente, itinerante, mas procura agora fixar-se.
“Espero que Lisboa faça parte da Volvo Ocean Race a longo termo”, confessa Turner sem, no entanto, especificar o papel que a cidade poderá ter na competição. Por agora, é apenas certo que a capital portuguesa será a segunda paragem dos velejadores que participarão na próxima edição da prova de regata à volta do mundo.
A edição atual da Volvo Ocean Race começa em Alicante, no dia 22 de outubro, e visitará 12 cidades-sede e seis continentes. Os barcos vão percorrer 46 mil milhas náuticas - o que equivale a 83 mil quilómetros - até à chegada em Haia, no mês de junho de 2018.
* O jornalista viajou a convite da Volvo Ocean Race
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