Num jogo mais ‘transpirado’ do que ‘inspirado’, com muita luta e várias arrancadas ‘vertiginosas’, ambas as equipas criaram situações para marcar, mas, na hora de atirar à baliza, ‘pecaram’ quase sempre na decisão, constituindo uma rara exceção o lance em que Rafa, em pleno ‘coração’ da área, marcou o terceiro golo para o campeonato, em resposta a cruzamento de Pizzi.

Depois da primeira derrota para o campeonato, frente ao Portimonense (1-0), e da goleada sofrida na quarta-feira, perante o Bayern de Munique (4-0), para a Liga dos Campeões, a equipa treinada por Jorge Jesus regressou aos triunfos e, mais do que isso, ao topo da tabela, tendo passado a somar 24 pontos, mais um do que o segundo classificado, FC Porto, e do que o terceiro, Sporting, ambos com 23.

Já a formação minhota perdeu a invencibilidade na condição de anfitriã e manteve o 12.º lugar, com nove pontos.

Com Diogo Gonçalves em vez de André Almeida na posição mais à direita da linha média, as ‘águias’ controlaram a bola na maioria da primeira parte (64% de posse), mas com frequentes dificuldades para criar roturas na defensiva vizelense, quase sempre compacta, também por ‘obra’ do seu meio-campo.

Como ‘corolário’ de um arranque movimentado, com o Benfica a assumir o jogo perante um Vizela que atacava sempre que podia, mal recuperava a bola, o minuto 10 foi o mais ‘frenético’ da primeira metade, com duas ocasiões para cada lado.

Assistido por Yaremchuk, Darwin isolou-se e contornou Charles, mas perdeu o ângulo de remate e a oportunidade de ‘inaugurar o marcador’, 30 segundos antes de, na outra ‘ponta’ do relvado, Vlachodimos negar o golo a Samu, depois de atirar contra Schettine numa reposição de bola.

Perante a réplica dos homens vestidos de azul, os pupilos de Jorge Jesus tentaram pausar o ritmo de jogo, controlando a bola com paciência, antes de a fazerem chegar aos elementos mais avançados, mas ‘esbarraram’ num bloco defensivo bem organizado, que antecipou quase sempre as combinações ‘encarnadas’, algo lentas na execução.

Apesar da escassa presença na área, a formação lisboeta teve tempo para ameaçar o golo num remate de Diogo Gonçalves travado por Charles, aos 31 minutos, e num cabeceamento de Lucas Veríssimo, aos 33, antes da formação da casa, ‘embalada’ por um apoio ruidoso, obrigar Vlachodimos a nova defesa atenta, em ‘disparo’ de Alex Méndez, aos 40.

A pressão benfiquista em redor da área vizelense intensificou-se no começo da segunda parte, traduzindo-se em situações de golo como o cabeceamento de Darwin para defesa de Charles, aos 53 minutos, e o remate de Grimaldo por cima, aos 58, mas a equipa de Jorge Jesus continuou a ‘pecar’ nas decisões tomadas em certos lances.

O Vizela recusou, porém, ‘desaparecer’ do jogo e continuou perigoso no contra-ataque, ameaçando desfazer o ‘nulo’ ao minuto 63, quando Schettine entrou na área com espaço para finalizar, mas preferiu entregá-la a Nuno Moreira, que rematou contra um adversário, quando a defesa ‘encarnada’ estava já recomposta.

Nos últimos 25 minutos, as ‘águias’ tentaram várias rotas para alvejar a baliza de Charles, principalmente a da ala direita, graças à ação do recém-entrado Radonjic, mas raramente conseguiram espaço entre a ‘muralha’ defensiva para deixar a baliza do Vizela em situação de ‘perigo iminente’.

A equipa minhota continuou a atacar quando podia e provocou ainda alguns ‘calafrios’ na área benfiquista, durante o período de descontos, antes de, nos últimos segundos, sofrer o ‘golpe de misericórdia’, desferido por Rafa Silva.