O ex-avançado do Benfica está a ser investigado pelo Ministério Público e a Autoridade Tributária, adianta o Jornal de Notícias, suspeitando a justiça de que terá ocultado, através de contas bancárias da mãe e de um irmão, cerca de 5 milhões de euros em rendimentos auferidos entre 2015 e 2016.

O mesmo jornal adianta que Jonas estará a ser investigado por potenciais crimes de fraude fiscal qualificada, falsificação de documento e branqueamento de capitais.

Foi essa mesma investigação que levou o ex-atleta encarnado a ser intercetado à chegada ao aeroporto de Lisboa proveniente do Brasil na manhã de 30 de maio, depois de um alerta no controlo de passaportes relacionado com questões tributárias.

Face ao sucedido foram chamados ao local dois inspectores da AT que recolheram dados relativos ao jogador, como a morada fiscal e contactos telefónicos necessários para o processo pendente que o jogador tem nas Finanças.

Embora tenha sido alvo destas diligências à chegada a Lisboa, a mesma fonte negou que Jonas tivesse sido formalmente detido.

O antigo jogador, de 38 anos, é um dos arguidos da operação 'Fora de Jogo' no âmbito do qual está sujeito à medida de coação de termo de identidade e residência.

Esta operação concerne às suspeitas de negócios simulados entre clubes de futebol e terceiros, com valores a rondar os 15 milhões de euros, que são “suscetíveis de integrarem crimes de fraude fiscal, fraude à segurança social e branqueamento de capitais”, e que envolvem clubes como Benfica, FC Porto, Sporting, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães.

Numa primeira fase, buscas realizadas em março de 2020 a várias entidades ligadas ao universo do futebol levaram à constituição de 47 arguidos, entre 24 pessoas coletivas e 23 singulares. No decurso desta ação inicial, novas buscas foram feitas em novembro de 2021, sendo constituídos mais cinco arguidos, três pessoas singulares e duas coletivas.

Entre os arguidos da operação ‘Fora de Jogo’ contam-se “jogadores de futebol, agentes ou intermediários, advogados e dirigentes desportivos”, indicou, à época destas buscas, a Procuradoria-Geral da República, explicando que “em causa estão suspeitas da prática de factos suscetíveis de integrarem crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais”.

“No inquérito investigam-se negócios do futebol profissional, efetuados a partir de 2015, e que terão envolvido atuações destinadas a evitar o pagamento das prestações tributárias devidas ao Estado, através da ocultação ou alteração de valores e outros atos inerentes a esses negócios com reflexo na determinação das mesmas prestações”, acrescentou.

Na altura, as SAD de Benfica, FC Porto, Sporting, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães confirmaram a realização de buscas, atestando a disponibilidade para colaborarem com as autoridades.

Jonas terminou a carreira de futebolista em 2019, após cinco temporadas ao serviço do Benfica, pelo qual participou em 183 jogos e marcou 137 golos, tornando-se mesmo no segundo melhor marcador estrangeiro das ‘águias’, apenas atrás do paraguaio Óscar Cardozo (172).

Entre 2014 e 2019, Jonas ajudou o Benfica a conquistar quatro títulos de campeão nacional (2014/15, 2015/16, 2016/17 e 2018/19), duas supertaças (2016 e 2017), duas taças da Liga (2014/15 e 2015/16) e uma Taça de Portugal (2016/17).

De ‘águia’ ao peito, foi também o melhor marcador da I Liga em duas ocasiões (2015/16 e 2017/18) e eleito o melhor jogador da competição noutras duas (2014/15 e 2015/16).