No domingo no jogo de abertura do Mundial 2022, frente ao Qatar, não se ouviram das bancadas dos adeptos sul-americanos apenas pedidos de cerveja. A FIFA abriu um processo disciplinar ao Equador devido a alegados cânticos homofóbicos dos seus adeptos  dirigidos ao Chile, país que apresentou queixa contra a seleção equatoriana devido à utilização irregular de um jogador a durante a fase qualificação e que colocou em dúvida a participação da formação sul-americana no torneio.

"O Comité de Disciplina da FIFA abriu processo contra a Federação de Futebol Equatoriana devido a cânticos dos adeptos equatorianos durante o jogo do Mundial Qatar-Equador, disputado a 20 de novembro", pode ler-se no comunicado da FIFA citado pela agência Reuters, onde também é citado o Artigo 13.º do código disciplinar do organismo, que castiga "ofensas à dignidade ou integridade de um país, uma pessoa ou um grupo, com palavras derrogatórias, discriminatórias ou insultuosas".

Segundo o mesmo artigo, os possíveis castigos a serem aplicados ao Equador incluem jogos à porta fechada ou interdição de um estado específico.

Para este Campeonato do Mundo, o Equador não levou para o Qatar Byron Castillo, o jogador no centro da polémica com o Chile, mesmo depois de o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) ter confirmado a sua elegibilidade para o Campeonato do Mundo, ainda que impondo duras sanções à Federação Equatoriana de Futebol, após queixa de outras nações que pediam a desqualificação do Equador.

Segundo documentos oficiais, Byron terá nascido na cidade General Villamil Playas em 1998, no Equador, mas a acusação alegava que o defesa teria nascido em Tumaco, na Colômbia.

A FIFA já tinha confirmado no passado mês de setembro a presença do Equador na fase final do Mundial2022, depois do Comité de Apelo ter rejeitado a queixa do Chile, que alegava a utilização irregular de Bryan Castillo durante a fase de qualificação, por ter nacionalidade colombiana.

O facto de os cânticos recorrerem à homossexualidade como um insulto colocam este episódio na senda daquela que tem sido uma das maiores polémicas desde o início do torneio: os direitos LGBT+ no Qatar. São já vários os episódios neste Mundial, desde a ameaça da FIFA em sancionar desportivamente os capitães que utilizarem a braçadeira 'One Love' a adeptos a um grupo de adeptos do País de Gales que denunciou que os seus membros foram obrigados a retirar chapéus com o símbolo da associação LGBT+ Rainbow Wall, antes do jogo com os Estados Unidos.