O clube do Bessa resumiu a sua atuação negocial em janeiro aos empréstimos de Pedro Gomes (Atlético) e do espanhol Diego Llorente (Leça), dupla sem utilização em 2022/23, numa janela em que resistiu à cobiça de algumas figuras, mas não apresentou reforços.
“Não fico triste. Como disse sempre, tenho de me focar em quem está cá. Ficava triste se perdesse alguém. Fiquei com os futebolistas que estão a trabalhar comigo desde o início da época. Eles conhecem-me bem e vice-versa. A nossa ambição passa por melhorá-los individualmente para que o coletivo seja mais forte. É isso que nos dá mais alento para trabalhar a cada dia e obter resultados bons”, indicou Petit, em conferência de imprensa.
O Boavista despediu-se de janeiro com a vitória mais folgada da temporada, ao impor-se na receção ao Portimonense (4-2), da 18.ª jornada, numa das exibições mais completas para o treinador, que exaltou os quatro golos anotados em “momentos distintos do jogo”.
“Conseguimos fazer dois golos quando estávamos em cima do adversário, que, logo de seguida, fez o 2-1. Houve a mudança [tática de ‘4-3-3’ para ‘3-4-3’] e optámos pelos três defesas centrais com a entrada do Reggie Cannon, projetando Pedro Malheiro e Bruno Onyemaechi, para que o Portimonense desse um passo em frente e tivéssemos espaço nas costas para transitar. Foi o que aconteceu. Acho que estamos a crescer”, observou.
Notando um plantel “mais identificado” com “momentos fundamentais”, ao saber “quando deve baixar o bloco, transitar ou pressionar mais alto”, Petit notou que as ‘panteras’ têm criado “muitas ocasiões”, mas iam pecando “no último passe ou na tomada de decisão”.
“A equipa está a crescer desde a paragem da I Liga [para o Mundial2022] e os resultados estão à vista. Agora, ainda não ganhámos nada e já tinha dito na semana passada que queremos fazer muito melhor do que na primeira volta. A ambição que eu transmito aos atletas é focar jogo a jogo e trabalhar sempre para conquistar os três pontos”, apontou.
O Boavista chega aos Açores com duas vitórias, uma igualdade e uma derrota somadas desde o reinício da prova, prevendo um Santa Clara a “precisar de pontos” para voltar a triunfar cinco rondas depois e sair do 16.º lugar, de acesso ao ‘play-off’ de permanência.
“Será um jogo extremamente difícil, porque eles querem dar a volta ao momento em que estão. Todos os clubes apanham estes ciclos. Com a entrada do [treinador] Jorge Simão, haverá três semanas de trabalho sobre aquilo que ele pretende para a equipa e nunca é fácil ir lá jogar. Temos de ser uma equipa humilde, igual a si própria e com intensidade, agressividade, qualidade no processo a nível ofensivos e defensivos, porque só assim é que poderemos ir buscar pontos aos Açores. Se não, o jogo será muito difícil”, advertiu.
Ausente do duelo com o Portimonense por lesão, Bruno Lourenço voltou a treinar hoje e está em dúvida para Petit, cuja convocatória deve reintegrar o congolês Gaius Makouta, após ter cumprido suspensão, ao contrário do venezuelano Adalberto Peñaranda e do colombiano Sebastián Pérez, que completou uma sequência de cinco cartões amarelos.
O Boavista, nono classificado, com 24 pontos, mas menos um jogo, visita o Santa Clara, 16.º e antepenúltimo, com 14, no sábado, às 14:30 locais (15:30 em Lisboa), no Estádio de São Miguel, em Ponta Delgada, nos Açores, no primeiro jogo da 19.ª ronda da I Liga.
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