"Tenho consciência da idade que tenho, mas também da minha qualidade, e fisicamente ainda me sinto, felizmente, em perfeitas condições", disse o veterano jogador à agência Lusa, ainda a recuperar da mialgia de esforço na perna direita que o afastou do jogo com o União da Madeira (2-2), no domingo passado, que carimbou à ambicionada subida.
Quim diz que "não há segredos" para a sua longevidade competitiva, mas depois aponta "a paixão que se vive em cada treino".
"A vontade com que ainda me ponho a pé às sete horas para ir para os treinos é a mesma quando tinha 20 anos. Isso é fundamental. Com 41 anos, ano após ano, vamo-nos preparando e pensando se dá para continuar ou não. Ainda sinto que tenho condições para continuar", acrescentou.
Quim ignora ainda se o seu futuro passa pelo Aves.
"Espero vir a continuar. Se me perguntarem, é a minha vontade, para mais na I Liga. Quando sentir que não estou em condições abandono. Para já, a paixão está bem viva e sentir a confiança do balneário é importante", frisou.
Bicampeão nacional pelo Benfica, em 2004/05 e 2009/10, diz que sentiu "uma sensação fantástica" com a promoção alcançada pelo Aves.
O guarda-redes diz sentir "orgulho" por ter sido campeão pelos ‘encarnados’, o que "não é fácil", mas refere que os candidatos são só três, "mas subir com o Aves também não, uma vez que todos os anos há dez ou mais equipas que lutam por isso".
"A subida do Aves para mim e para todos nós é uma alegria enorme, sabendo nós que as pessoas da vila queriam muito isso. A direção fez tudo para que isso acontecesse e felizmente as coisas correram bem", completou, concluindo que os feitos alcançados no clube da Luz e agora no Aves são "situações marcantes" na sua longa carreira.
Quim afirmou que "quem aguenta uma II Liga", na qual cumpre a sua quarta época consecutiva, "com tantos jogos, aguenta facilmente a I Liga com menos jogos".
"É lógico que a qualidade é outra [na I Liga], mas a exigência da II Liga, com tantos jogos, é muito maior", reforçou.
A subida era o grande objetivo do Aves para esta época e parecia mais do que certa, mas a equipa tremeu, já na segunda volta, e os responsáveis decidiram mesmo substituir o técnico Ivo Vieira por José Mota
A equipa chegou a ter "um avanço de 15 pontos para o terceiro classificado", a Académica, à 23.ª jornada, recordou Quim.
"Tínhamos consciência da dificuldade da II Liga e da segunda volta, mas não estávamos à espera de ter seis ou sete jogos sem ganhar. Foi complicado, sentimos isso, não ganhávamos e psicologicamente isso foi afetando a equipa. Foi quando houve a substituição do treinador", afirma Quim.
José Mota, segundo Quim, ajudou a equipa com a sua "enorme experiência", dando-lhe mais confiança e passando a mensagem de qua as coisas iriam mudar.
"Felizmente, as coisas mudaram, voltamos ao rumo inicial e acabamos por, a quatro jornadas do fim, subir de divisão. Não quer dizer que foi o trabalho do novo treinador, porque o trabalho do anterior também foi muito importante. Ajudou-nos imenso a estar a 15 pontos do terceiro classificado e isso não é fácil. Os dois treinadores tiveram muito mérito", rematou.
Comentários