Em declarações à agência Lusa, Paulo Reis Mourão explicou que aquele montante é o estimado para um contrato de 12 anos.
“Para receber um circuito, um país terá de pagar uma renda anual entre 60 a 70 milhões de euros e é sabido que os contratos são, por norma, por períodos de 10, 12 ou 15 anos”, referiu.
Paulo Reis Mourão alertou que, em termos de faturação direta, o retorno de um contrato de 12 anos se deveria ficar pelos 200 a 300 milhões de euros.
No entanto, sublinhou que há valores que “escapam” à faturação direta, designadamente os ganhos de investimento e a publicidade, “que deixou de ser paga mas que aparece associada” às corridas de F1.
Paulo Reis Mourão falava à Lusa a propósito do livro que acaba de lançar sobre a economia da Fórmula 1.
“The Economics of Motorsports: The Case of Formula One”, editado pela inglesa Palgrave, fala em 300 páginas de aspetos como os custos das corridas, o papel dos media e patrocinadores ou a forma como a sociedade beneficia daquela indústria.
“Há muitos livros sobre a Fórmula 1, inclusive sobre a sua mecânica ou a gestão das equipas, mas este é o primeiro sob o olhar de um economista”, diz o autor.
O último Grande Prémio de F1 que se realizou em Portugal ocorreu em 1996, no Autódromo do Estoril, em Lisboa.
A nova ‘dona’ da Fórmula 1, Liberty Media, quer alargar o mapa para além das 21 corridas em 2019.
O Autómodro Internacional do Algarve viu recentemente a sua posta homologada para Fórmula 1, mas o diretor-geral da estrutura já admitiu que “será muito difícil” reunir todas as condições para que se realize novamente um Grande Prémio em Portugal.
“A Fórmula 1 é de facto o grande pináculo do desporto motorizado mundial, mas é muito difícil para um país com a nossa dimensão conseguir ter as condições totais para trazer a prova”, disse Paulo Pinheiro, em junho, à Lusa.
Acrescentou que o autódromo do Algarve tem mantido “desde há muito” conversações com a FOM (Formula One Management), empresa comercial autorizada pela Federação Internacional Automóvel (FIA) que gere os assuntos relacionados com a Fórmula 1, mas “até agora não há nada de concreto”.
“Reunimos várias condições, como a pista, estacionamentos, infraestruturas e hotéis, o que faz com que a proposta ganhe valor. O Algarve é um sítio fantástico, que reúne condições para receber uma corrida, mas há 15 países a disputarem uma prova. Daí ser um processo complexo, trabalhoso, mas mantemos a esperança de um dia conseguirmos trazer a Fórmula 1”, destacou.
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