Depois da surpreendente goleada sofrida em Alvalade, frente ao Ajax, o Sporting bateu-se bem com o Borussia Dortmund, cumpriu na defesa, sob o comando de Sebastián Coates, teve períodos em que esteve por cima do jogo, mas a verdade é que nunca mostrou capacidade para ferir o adversário e causar-lhe dano, como o atesta o facto de não ter criado uma verdadeira oportunidade de golo.

O golo dos alemães, marcado aos 37 minutos, numa rápida transição ofensiva finalizada pelo avançado holandês Donyell Malen, veio premiar justamente a superioridade do Borussia no último quarto de hora da primeira parte, numa fase do jogo de maior intensidade alemã, à qual o Sporting não conseguiu responder.

A equipa ‘leonina’ teve uma boa entrada no jogo, personalizada, com ousadia para pressionar alto, recuperar bolas e criar alguns lances junto à área alemã, aproveitando uma certa apatia que o Borussia revelou na primeira meia hora.

Se do ponto de vista defensivo, a equipa, que defendeu em 5x4x1, esteve muito bem coordenada sob a liderança de Coates, a tirar espaços no último terço ao Borussia, que acusou muito a ausência da sua referência atacante, o avançado norueguês Erling Haaland, que não recuperou a tempo para o jogo, do ponto de vista ofensivo faltou sempre maior discernimento para decidir bem em zonas perto da área germânica e conferir contundência e eficácia às ações atacantes.

O bom desempenho da defesa ficou, de resto, patente no número elevado de foras de jogo da equipa alemã, que introduziu a bola duas vezes na baliza de Adán, sem contar, por posição irregular, embora a defesa em linha que o Sporting utilizou constitua um risco, na medida em que uma falha de coordenação, que aconteceu apenas uma vez, pode ser a ‘morte do artista’.

O problema do último quarto de hora da primeira parte deveu-se ao facto de o Sporting ter permitido que o Borussia começasse a meter unidades entre a linha média e a defesa do Sporting, com tempo para fazerem a rotação e partirem de frente para a baliza com a bola controlada e explorarem os passes para as desmarcações de Malen e Hazard, aproveitando a defesa em linha dos ‘leões’.

Foi assim numa rápida transição que os alemães chegaram ao golo, com a bola a ser metida no espaço entre Coates e Feddal, para a desmarcação de Malen, que, à saída de Adán, não perdoou.

Na segunda parte, a perder, o Sporting entrou com grande intensidade e a subir claramente as linhas, para pressionar mais à frente, e obrigou o Borussia a defender mais atrás ao sentir-se pressionado, mas depois com bola a equipa não conseguiu ser contundente perto da área germânica, faltou sempre entrar o último passe ou os cruzamentos bem tirados, mesmo depois de Rúben Amorim ter trocado Tiago Tomás para a entrada de Nuno Santos, aos 58, com o objetivo de abrir a frente de ataque.

O técnico português ainda lançou Jovane Cabral, aos 74 minutos, Esgaio, Tabata e Daniel Bragança, refrescando a equipa, mas a verdade é que o Borussia, que esteve sempre mais perto do 2-0 do que o Sporting do 1-1, soube gerir o golo de vantagem de uma forma inteligente e segura, revelando ser uma equipa madura e experiente.

O Ajax e o Borussia Dortmund lideram o grupo C, ambos com seis pontos, enquanto Besiktas e Sporting seguem nos dois últimos lugares, ainda sem pontuarem.