“Eu gostava que o campeonato terminasse. É o desejo, não só meu, mas de toda a equipa, que o campeonato termine. Respeitando todas as decisões que venham a ser tomadas, gostávamos de terminar o campeonato a jogar, se possível”, disse Daniel Ramos, numa entrevista ao site oficial da Liga.
O técnico de 49 anos contou que, apesar de estarem todos nas suas respetivas casas, tem mantido ligação com os jogadores do Boavista e destacou a atitude do plantel “numa altura tão difícil”.
“Ainda hoje estivemos duas horas a conversar. Todos tiveram a oportunidade de interagir, de falar, de se expressar e partilhar as experiências vividas por cada um de nós durante este tempo. Foi um bom dia para isso. Animámo-nos uns aos outros, rimos, e acho isso extremamente importante. A proximidade dentro da distância. Desta forma, conseguimos criar um ambiente positivo em torno desta dificuldade que está a acontecer”, explicou.
Daniel Ramos, que rendeu Lito Vidigal no comando dos ‘axadrezados’ já durante a temporada, destacou ainda a “solidariedade” que existe entre equipa técnica e jogadores.
“Uma das coisas que hoje foram faladas foi: se alguém tiver algum tipo de dificuldade durante estas semanas, e ainda para mais nestas que aí vêm e que serão de ainda maior saturação, estamos aqui todos para ajudar. Quero que partilhem isso com o grupo e que tenham a liberdade e a frontalidade para o fazer”, contou.
A nível pessoal, Ramos assumiu que o isolamento, devido ao surto do novo coronavírus, “não tem sido fácil”, sobretudo devido à “falta de liberdade de movimentos” e ao impedimento de treinar, mas confessou que tem aproveitado o tempo em casa para ganhar novos conhecimento e tornar-se “melhor treinador”.
“Precisamos novamente do futebol e da emoção”, concluiu.
Com o futebol parado desde o início de março, o Boavista ocupa o 11.ª lugar da I Liga, com 29 pontos.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Portugal regista 657 mortos associados à covid-19 em 19.022 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
O decreto presidencial que prolonga até 2 de maio o estado de emergência iniciado em 19 de março prevê a possibilidade de uma “abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais”.
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