Segundo dados avançados pela Robert Walters, 60% dos profissionais em Portugal esperam ser aumentados em 2020 e 55% esperam receber bónus. Os dados são extrapolados pela consultora de recrutamento especializada em postos intermédios e de direção a partir da análise de colocações feitas em Portugal e de um inquérito realizado a mais de 1000 profissionais de diversos setores. Revelam uma realidade do país no universo de recrutamento abrangido, não a nível de todos os setores do mercado de trabalho.
Ainda de acordo com este Salary Survey, 44% dos profissionais em Portugal procuram ativamente mudar de emprego e 97% dos profissionais em Portugal estão abertos a uma nova oportunidade de emprego mesmo sem estar ativamente à procura.
Questionados sobre o que mais valorizam numa empresa, 82% dos profissionais consideram que a principal fonte de satisfação laboral é trabalhar num local que permita um bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
“Uma série de indicadores macroeconómicos positivos, desde a diminuição do défice, ao crescimento do PIB, novos projetos e investimentos nacionais e internacionais e o bom estado dos setores de turismo e imobiliário, permitem-nos prever um ano 2020 promissor e produtivo para o mercado de trabalho em Portugal”. É este o cenário traçado por François-Pierre Puech, Senior Manager da Robert Walters Portugal, sobre as principais tendências de recrutamento em Portugal para 2020. Com ressalva às “incertezas ligadas ao Brexit, que poderão afetar o segundo semestre”, o responsável da empresa de recrutamento considera que a economia portuguesa deverá continuar a crescer “de forma constante paralelamente à estabilidade política, em contraste com outros países do sul da Europa”.
Este cenário otimista não impede, porém, que se comecem a sentir os efeitos de uma crise demográfica, “que causará uma escassez de talento no mercado de trabalho, principalmente no que diz respeito a posições técnicas”. O que leva à recomendação no sentido de “para permanecer competitivo, o país terá de atrair cada vez mais talento internacional para cobrir a oferta de emprego”.
“Os setores tecnológico, financeiro, agro-alimentar, industrial, energias renováveis e turismo irão manter um crescimento sólido ao longo do ano. Em todos estes setores, as empresas vão procurar perfis especializados, com fortes conhecimentos técnicos e bom domínio de línguas estrangeiras. Soft skills como versatilidade, capacidades de comunicação, pensamento crítico, criatividade e capacidade de adaptação à mudança serão as mais requisitadas”, remata.
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