Cerca de meia centena de trabalhadores da Sumol+Compal da unidade de Pombal reivindicaram hoje aumentos salariais e melhores condições de trabalho, através de uma greve com início às 00:00 e que se estende às 08:00 de quinta-feira, que paralisa por completo a produção.
“Trata-se de uma empresa que tem um volume de negócios significativo e com lucros que continuam a aumentar, e que tem a esmagadora maioria dos trabalhadores a receber o salário mínimo nacional ou muito perto disso”, denunciou Arménio Carlos, que participou no protesto.
A greve incluiu uma concentração em frente às instalações, entre as 08:00 e as 10:00 e uma deslocação à Câmara Municipal, depois de terem apresentado uma carta reivindicativa à empresa, que se mostrou indisponível para responder às propostas apresentadas.
O secretário-geral da CGTP-IN denunciou ainda que na unidade de Pombal da Sumol+Compal há a “agravante de existirem situações diferenciadas de atribuição de salários para as mesmas categorias profissionais, independentemente dos locais de laboração e, por outro lado, há também o facto de a empresa considerar o sábado como dia de trabalho normal para não pagar o trabalho suplementar”.
“Continuamos na área laboral na mesma lógica que tínhamos no período da ‘troika’ e estas propostas, que o Governo transformou agora em acordo e depois em proposta de lei para apresentar à Assembleia da República, confirmam que, não só não resolvem os problemas, como por outro lado mantém o bloqueio da contratação coletiva, que aqui é espelhado na indisponibilidade da empresa em negociar com o sindicato e pela pressão nos salários”, sublinhou.
Segundo Mariana Rocha, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias da Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal, a carta apresentada pelos cerca de 100 trabalhadores da unidade de Pombal solicita “o aumento dos salários, a melhoria das condições de trabalho, o aumento do subsídio de turno e a alteração do horário de trabalho”.
A sindicalista lembrou que a empresa, em 2017, pagava abaixo do salário mínimo nacional, situação que foi invertida em setembro “com a luta dos trabalhadores”.
Os trabalhadores reivindicam aumentos salariais de 4% ou 40 euros, considerando os níveis salariais da mesma função, igualdade salarial para as mesmas categorias e funções, bem como a atribuição de categorias profissionais adequadas às funções desempenhadas.
A reestruturação do prémio de produtividade para que os valores correspondam às exigências impostas pela empresa é outra das reivindicações da carta entregue à administração.
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