“Não posso dar uma data, todavia há trabalho por fazer, mas estará pronto no começo do próximo ano”, declarou a comissária aos jornalistas durante a XI Cimeira Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que começou no domingo em Buenos Aires e encerrou quarta-feira.
A responsável sueca afirmou que, depois de “intensas conversações, também a nível ministerial” durante o foro internacional, foram feitos “muitos progressos”.
Cecilia Malström explicou que a Comissão Europeia quer assegurar-se primeiro de que há um acordo em todos os “elementos difíceis”, para depois haver um “anuncio político”, o mais importante e que está próximo, e posteriormente passar-se para os aspetos “mais técnicos”.
Sobre as questões pendentes, a comissária disse que não se encontra apenas a agricultura, mas também outros setores “muito importantes” para a UE, como o da indústria automóvel ou de produtos fitossanitários.
“Tenho que ser capaz de dizer aos 28 países e ao Parlamento Europeu que este [o acordo) é bom, é suficientemente bom, e é isso que pedimos”, disse, expressando que “ainda não é o suficiente”, mas “está próximo”.
Por outro lado, sobre a XI Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), Cecilia Malström lamentou que “não tenha havido algum resultado” concreto, qualificando a reunião de uma “ocasião perdida”.
“Não há nada, não há absolutamente algum resultado”, disse a comissária europeia aos jornalistas sobre a reunião da OMC.
A comissária referiu que “a metade” dos 164 Estados-membros “negam-se” a discutir novas questões até que as questões “de mandatos anteriores” sejam resolvidas, considerando este um ponto de vista “enganador e ridículo”.
“Entendo que há frustração por muitas questões que ainda não foram solucionadas e dissemos que estamos dispostos a trabalhar sobre esses temas, mas não se pode impedir, 27 anos depois, de não se falar de algo mais”, sublinhou.
A política sueca disse que a UE chegou à reunião “com muitas propostas”, numa época em que “o multilateralismo está a ser questionado e o protecionismo está a crescer”.
Além das políticas de pesca, a comissária referiu a reforma da agricultura e os “stocks” de segurança alimentar, comércio eletrónico, as pequenas, médias empresas ou a transparência são os temas que durante as negociações as delegações não conseguiram chegar a acordos.
“Não fizemos nada mais além da decisão de seguir a conversar”, afirmou Cecilia Malström, dizendo que terão que encontrar outros fóruns”, além de um “caminho mais construtivo” para chegar a acordos plurilaterais.
No entanto, acrescentou que foram alcançados “muitos” compromissos entre grupos de países dentro da OMC, “ricos e pobres”, e que “talvez seja aí que se deva concentrar” para desbloquear o progresso na OMC.
Cecilia Malstrom disse ainda estar “muito triste” e “desapontada” com a conferência, já que em edições anteriores “conseguiram superar as diferenças e pressionar por um acordo”.
“Desta vez, não houve tal dinamismo, as diferenças eram demasiado grandes”, sublinhou a comissária.
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