Desde meados de junho, Pequim suspendeu as importações de carne de porco, aves e bovina oriunda de matadouros de 14 países, incluindo o Brasil, Estados Unidos ou Alemanha.

Fonte diplomática portuguesa ligada ao processo disse à agência Lusa que a medida, “por enquanto, não afetou os produtores portugueses”, mas admitiu que “há potencial para isso, caso se registem casos de covid-19 em estabelecimentos”.

As autoridades chinesas autorizaram, desde o final do ano passado, os matadouros portugueses Maporal, ICM Pork e Montalva a exportar para o país. A Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores previa que as exportações de carne suína nacional para a China atingissem este ano 200 milhões de euros.

As autoridades alfandegárias da China também intensificaram as inspeções sob alimentos importados congelados, levando a atrasos de até duas semanas e a escassez de espaço de armazenamento.

A medida surgiu depois de o vírus ter sido detetado em tábuas usadas para preparar salmão importado, no mercado abastecedor de Xinfadi, em Pequim, em junho passado.

Surtos de covid-19 em matadouros em todo o mundo intensificarem as preocupações da China de que alimentos importados possam transmitir a doença.

A Organização Mundial da Saúde e vários governos insistiram que não há evidências de transmissão do novo coronavírus por alimentos ou embalagens, mas as autoridades chinesas argumentaram que havia “boas hipóteses” de que o vírus possa permanecer vivo num recipiente congelado.

Os consumidores chineses enfrentam assim um novo aumento nos preços da carne, depois de dois anos de forte inflação, devido a uma peste suína que matou milhões de porcos no país.

Até à data, as inspeções não revelaram nenhum vestígio do vírus em produtos importados, e governos e executivos de países exportadores cujos matadouros foram banidos criticaram a decisão da China como não tendo bases científicas.

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