"Estamos a recuperar oito unidades quádruplas que estavam abandonandas e que ficarão prontas ao longo de 2020, o que significa um aumento de 13% do parque operacional", revelou Nuno Freitas na cerimónia de assinatura do contrato de serviço público entre a CP e o Estado, na estação do Rossio, em Lisboa.

O líder da empresa de caminhos-de-ferro sublinhou ainda que estes oito comboios, caso fossem compradas hoje, custariam à CP cerca de 70 milhões de euros".

"Isto corresponde a um aumento da capacidade de cerca de oito mil lugares nas linhas suburbanas de Lisboa", acrescentou, sublinhando que a empresa tem o objetivo de "ter zero supressões de responsabilidade CP".

Nuno Freitas reconheceu também que a empresa tem "dificuldades na admissão de mão de obra qualificada" para a empresa, e deu o exemplo de que há dez anos um técnico especializado a entrar na EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário) ganhava "cerca de 165% do ordenado mínimo nacional", e no próximo ano vai ganhar apenas 125% desse valor.

O presidente da CP afirmou também que a empresa vai apostar na "criação do centro tecnológico da ferrovia em Guifões, Matosinhos".

"Existe neste momento uma comissão instaladora que constitui a CP, a IP [Infraestruturas de Portugal], a Metro do Porto, a academia, com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e a Câmara de Matosinhos" para fomentar a formação profissional com vista a "construir uma infraestrutura industrial ferroviária nacional".

Nuno Freitas salientou que "é um projeto que vai unir os setores públicos e privados, unir a academia portuguesa, permitindo criar a capacidade industrial ferroviária.

"Fazemos isto para repor os níveis de serviço, nomeadamente regularidade, pontualidade, limpeza e conforto. Procuramos construir uma CP única, eficaz, mais eficiente, sustentável e tecnologicamente avançada", concluiu.