O início da reunião do Conselho de Ministros está agendado para as 9h30 desta quinta-feira e a nacionalização da TAP deverá ser o assunto da ordem do dia. Ontem, na cerimónia de reabertura das fronteiras de Portugal e Espanha, o primeiro-ministro, António Costa, referiu que esperava que fosse “negociada e por acordo” com os sócios privados e não através de um “ato de imposição do Estado”. No entanto, acrescentou que “se for necessário”, o Estado estaria “cá (…) para isso”.

O Estado e os acionistas privados estiveram reunidos ontem à tarde para encontrar a “solução final”. Em cima da mesa negociava-se a saída do empresário norte-americano David Neelman da TAP, que detém 22,5% da empresa e que estava disposto a sair por 55 milhões de euros. Segundo avança o Expresso, havia um ultimato: ou se chegava um acordo sobre a venda do capital detido por Neelman ou se avançava com uma nacionalização forçada.

No entanto, não se conseguiu estabelecer um consenso entre os acionistas privados e o Estado. Em causa estava o empréstimo feito pela companhia aérea Azul à TAP, em 2016, no valor de 90 milhões de euros. O Estado queria que esse empréstimo fosse convertido em capital, a fim de abater a dívida. Todavia, a Azul só aceitaria a proposta se obtivesse uma garantia pública, algo que o Estado não aceitou.

As negociações prosseguiram durante a noite e a Azul, segundo a informação avançada pela SIC Notícias, poderá vir a aceder ao pedido do Governo, para capitalizar os 90 milhões de euros. Como compartida, essa quantia terá de ser restituída daqui a seis anos, ou seja, quando o empréstimo terminar.

O acordo pode ficar fechado nas próximas horas, estando à vista o impedimento de uma nacionalização forçada da TAP, que, com Neelman afastado da empresa, se tornará maioritariamente pública.