“Penso que precisamos de agir e regular os voos privados de jatos. Estão a tornar-se o símbolo de um esforço a duas velocidades”, disse Beaune, numa declaração publicada no hoje pelo jornal ‘Le Parisien’.

O ministro explicou que pretende levantar esta questão após as férias de verão, quando o governo de Emmanuel Macron irá discutir o chamado “plano de sobriedade”, que visa implementar as poupanças de energia exigidas pela União Europeia para lidar com a crise causada pela guerra na Ucrânia.

Clément Beaune quer também levar a questão à discussão com os restantes ministros dos transportes da União Europeia, em outubro, defendendo que “a coisa mais eficaz a fazer é agir a nível europeu para ter as mesmas regras e mais impacto”.

De acordo com a ONG Transport & Environnement, citada pela agência EFE, um décimo de todos os voos em França envolvem jatos privados e nas últimas semanas, os relatos dos meios de comunicação social que monitorizam criticamente as viagens a jato exclusivas de milionários e celebridades têm vindo a ganhar muita atenção.

Segundo o ‘Le Parisien’, o ministro francês está a considerar diferentes medidas para desencorajar a utilização de tais voos, desde regulamentos que impõem restrições, a impostos com um efeito dissuasivo.

Os cenários incluem obrigar as empresas a tornar públicas as suas viagens aéreas privadas, ou um dispositivo para enquadrar a sua utilização e mesmo impedi-la quando existe uma alternativa com voos comerciais ou viagens de comboio.

Esta seria uma forma de alargar o mecanismo existente que impede as companhias aéreas de operarem rotas domésticas em França quando existe uma alternativa ferroviária de menos de duas horas e meia, exceto para os voos de interligação.

Outra ideia seria integrar a aviação privada no sistema de quotas do futuro imposto sobre as emissões de dióxido de carbono (CO2) que está a ser concebido na UE.

Beaune justifica esta reflexão porque “sem ser demagógico […] há um certo tipo de comportamento que já não é aceite”.

Por detrás dos seus planos está também o desejo de não criar a impressão de que existem diferentes padrões quando se trata de exigir o aperto do cinto face a emergências climáticas e energéticas.

E isso implica que o governo dê o exemplo e atenção especial a controvérsias como as que surgiram recentemente, uma delas com o antigo primeiro-ministro Jean Castex que em abril utilizou um avião a jato oficial para fazer uma viagem de ida e volta de Paris a Perpignan para ir votar no seu círculo eleitoral nas eleições presidenciais.

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