"A ONU está a analisar as candidaturas e a China vai trabalhar com os outros países para assegurar que é o (candidato) mais capaz a assumir o cargo", sublinhou hoje Lu Kang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, numa conferência de imprensa em Pequim.

Rejeitando referir qualquer candidato, Lu afirmou que Pequim "crê que a decisão deve ser baseada no consenso, como consta na Carta das Nações Unidas, e o secretário ou secretária-geral deve ser alguém capaz de cumprir com as suas obrigações".

O jornal de Hong Kong South China Morning Post assinala hoje que Irina Bokova, a diretora-geral da UNESCO, é a candidata favorita de Pequim, com base na opinião de analistas chineses, que a consideram "alguém que não atuaria a favor dos interesses de nenhuma país em particular".

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, reuniu-se com Bokova no passado mês de junho.

A costa-riquenha Christiana Figueres, que desistiu da corrida na semana passada, foi também recebida por Wang Yi, e outros líderes chineses, em julho.

Já o ex-primeiro-ministro português António Guterres, que é considerado o favorito à liderança da organização, após ter ficado à frente em todas as quatro votações secretas ocorridas entre os membros do Conselho de Segurança da ONU, esteve na capital chinesa em maio, mas foi recebido pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Li Baodong, segundo informações no ?site' do ministério.

Na mais recente votação, Guterres teve 12 votos "encoraja", dois "desencoraja" e um "sem opinião".

Lu recusou revelar o candidato preferido por Pequim, e limitou-se a dizer que o cargo de secretário-geral "implica uma grande responsabilidade".

Bokova é também apontada como a favorita da Rússia, o principal aliado da China em grande parte dos assuntos internacionais.