"No seguimento do plano de reestruturação imposto pela União Europeia e que já se encontra em curso, o banco terá que reduzir em 2016, cerca de 1000 postos de trabalho, sendo suposto que 500 sejam através do recurso a um despedimento coletivo", lê-se num comunicado divulgado pela Comissão Nacional de Trabalhadores (CNT) do Novo Banco.

Os membros da CNT estiveram hoje reunidos com o Conselho de Administração do Novo Banco, num encontro que contou com a presença do presidente Eduardo Stock da Cunha, tendo-lhes sido passada esta informação.

"A CNT brevemente irá ser informada dos critérios a serem utilizados, bem como das estruturas que poderão vir a encerrar", revelou a entidade, que se mostra totalmente contra esta solução.

"Informámos que não aceitamos nem pactuamos, de forma alguma, com despedimentos coletivos no nosso banco", destacou a entidade que representa os trabalhadores.

A CNT vincou que "os trabalhadores do Novo Banco são profissionais sérios e honestos, não tendo quaisquer responsabilidades sobre o que se passou com o BES, em agosto de 2014", prometendo "lutar até ao limite" pela manutenção de todos os postos de trabalho e pela manutenção dos direitos adquiridos.

"Solicitamos a todos os trabalhadores que não assinem qualquer documento, sem previamente consultarem a CNT ou o seu sindicato", realçou a entidade.

No ano passado, o Novo Banco cortou o número de colaboradores em 411 para 7.311 funcionários e reduziu 40 agências para um total de 635, de acordo com os números apresentados na quarta-feira pela instituição durante a divulgação das contas de 2015.

O número de trabalhadores no mercado doméstico baixou para 6.571 colaboradores no ano passado, menos 261 do que em 2014, e foram encerradas 35 agências para um total de 596 em Portugal.

Já na atividade internacional o quadro de pessoal foi reduzido em 150 trabalhadores para um total de 740 e o número de balcões baixou para 39, menos cinco do que em 2014.

Mas a redução da capacidade instalada do banco, quer em Portugal, quer no estrangeiro, não fica por aqui, segundo o líder da entidade, Eduardo Stock da Cunha.

"Desde janeiro temos vindo a falar com alguns colaboradores da casa sobre a sua saída. Por respeito institucional, vamos propor primeiro [o plano de redução de efetivos] às estruturas de trabalhadores e aos sindicatos, bem como às autoridades relevantes, antes de o anunciar publicamente", assinalou Stock da Cunha.

O gestor falava durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados do Novo Banco em 2015, marcados por um prejuízo de 980,6 milhões de euros.

Hoje, a CNT revelou que está prevista a saída de um total de 1.000 trabalhadores, 500 dos quais num processo de despedimento coletivo.