Já face a dezembro passado, o aumento em janeiro dos pagamentos em atraso foi de 115 milhões de euros.

Dos 1.188 milhões de euros de pagamentos em atraso no final de janeiro, a maior parte refere-se ao setor da saúde, destacando-se os 951 milhões de euros em dívida em atraso dos Hospitais E.P.E – Entidade Pública Empresarial (acima dos 837 milhões de dezembro e dos 613 de janeiro de 2017).

As outras entidades com pagamentos em atraso são a administração local (106 milhões de euros), a administração regional (96 milhões de euros), a administração central excluindo serviços de saúde (18 milhões de euros), as empresas públicas reclassificadas (12 milhões) e o subsetor da saúde (quatro milhões).

Os pagamentos em atraso referem-se a contas por pagar há mais de 90 dias.

No comunicado que antecedeu a divulgação da síntese de execução orçamental pela DGO, o Ministério das Finanças referiu que a “magnitude e expressão” do aumento dos pagamentos em atraso “se encontram, também, influenciadas pela adoção do novo referencial contabilístico (SNC — AP) no setor da Saúde”.

O Governo diz ainda que espera uma “redução pronunciada dos pagamentos em atraso ao longo de 2018″, desde logo devido ao reforço de capital no valor de 500 milhões de euros feito no final de 2017 nos Hospitais E.P.E. e que “começará a produzir efeitos a partir de março”.

No final de janeiro, o ministro das Finanças, Mário Centeno, reconheceu no parlamento que existe um problema com os pagamentos aos fornecedores na saúde, mas afirmou que o Governo está a combatê-lo, havendo cerca de 1.400 milhões de euros em 2018 para esse fim.

Desse valor, 500 milhões de euros são referentes à capitalização dos Hospitais E.P.E.

O governante justificou o facto de os pagamentos em atraso terem aumentado com mais investimentos na saúde.