“Ao contrário do que se possa pensar, que os produtos estejam a ser importados já com datas vencidas, os bens saem dos supermercados locais e são canalizados para as casas de falsificação”, explicou Diógenes de Oliveira, em declarações à agência noticiosa Angop.
A 30 de Julho último, tal como a agência Lusa então noticiou, a AADIC denunciou na Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana a existência de um “grupo de malfeitores” que se dedica unicamente a alterar as datas de validade nos rótulos dos produtos expirados, comercializados a retalho e em grosso em todo país.
O responsável da AADIC disse não saber se são os trabalhadores dos supermercados ou do aterro sanitário que levam os produtos expirados às “casas de falsificação”, exortando à investigação da Polícia Nacional.
Para prevenir os consumidores, o responsável disse que a AADIC notificou o Ministério do Comércio para se informar sobre os lotes dos bens que estão a ser falsificados, os locais e a posição a ser adotada pelos cidadãos.
Segundo a AADIC, as práticas de falsificação de datas de fabrico e de caducidade não se ficam somente por Luanda, sendo extensiva a todo território angolano, pelo que a associação apelou aos consumidores a “absterem-se de consumir os produtos enquanto o Ministério do Comércio não se pronunciar”.
Entre os produtos englobados na lista da AADIC está a marca de leite portuguesa Mimosa, pertencente à Lactogal, bem como outras como as papas Maizena e Nestlé, Cornflakes e flocos de aveia, os cereais Estrelitas, a bebida energética Redbull, o feijão Tio Lucas, o milho doce Condi, o óleo alimentar Cozinheiro Tempero, o ketchup Nhan Nhan, as manteigas Pastora, Puro Sabor e Soya, o sumo Bongo, os cogumelos Anna, o caldo de carne Maggi e as fraldas Pampers.
A suposta rede criminosa, adiantou a AADIC, integra cidadãos nacionais e estrangeiros que adulteram bens e produtos para as grandes superfícies comerciais.
Face à denúncia da AADIC, a empresa portuguesa Lactogal, que comercializa em Angola a marca Mimosa, entre outras, disse já ser “totalmente alheia” à tentativa de fraude.
Numa nota de esclarecimento enviada à Lusa em Luanda, a Lactogal – Produtos Alimentares SA salientou que a empresa produz e exporta os seus produtos “nas devidas condições de segurança e higiene”, ressalvando que não tem qualquer tipo de estrutura em Angola.
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