O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, apontou hoje para o maior equilíbrio do crescimento da economia portuguesa este ano, assente no aumento da procura interna mas também das exportações, considerando que 2017 pode ser um ano ainda melhor. "Estamos a continuar a trabalhar para que 2017 possa ser melhor do que 2016. 2016 foi melhorando ao longo do ano e o que queremos é que 2017 seja um ano ainda melhor", afirmou o governante em declarações à Lusa.
E realçou: "Em 2016 conseguimos ter uma aceleração do crescimento ao longo do ano: no segundo trimestre crescemos mais do que no primeiro e no terceiro trimestre crescemos mais do que no segundo. Tivemos um crescimento mais equilibrado, que foi puxado pela procura interna, mas também pelas exportações. E neste terceiro trimestre as exportações tiveram um papel muito importante".
Caldeira Cabral apontou também para "a forte afirmação do investimento em alguns setores como o automóvel, com novos projetos de quase todas as grandes empresas que” estão no país, como a Volkswagen, o Grupo PSA, a Renault, todos a anunciarem grandes investimentos, e com empresas como a Bosh e a Continental, também dessa fileira, a fazerem grandes investimentos".
Segundo o ministro, "há também um padrão de investimento diferente", que assenta não só na produção, mas também na inovação, com Caldeira Cabral a apontar para os investimentos significativos em centros tecnológicos feitos por empresas como a Bosh, a Siemens ou a Altice.
"São investimentos que trazem para Portugal não só produção, mas também a parte da conceção, inovação e desenvolvimento de produtos, e que demonstram que Portugal neste momento não é visto como um país de mão-de-obra barata, mas antes como um país que pode ser muito competitivo e ser um lugar muito atraente para produzir para o mundo em setores mais exigentes, em áreas de produção que requerem engenharia e capacidade de inovação. Portugal está a dar uma boa resposta", assinalou.
Caldeira Cabral também salientou o reforço dos fundos comunitários, feito para acelerar o investimento, considerando que o ministério que tutela deu "uma boa resposta".
De acordo com o responsável, o Governo estava empenhado em ter até ao final do ano 450 milhões de euros destes fundos nas empresas e essa meta já foi ultrapassada. "Já ultrapassámos 460 milhões de euros e estamos a continuar a dar apoios às empresas", destacou.
"O que é importante é verificar que as empresas estão de facto a confiar em Portugal e a investir em áreas tão diferentes como o setor automóvel ou o setor aeronáutico, o setor do calçado, o setor têxtil, no agroalimentar também há muitos investimentos interessantes e alguns de origem estrangeira e com volumes consideráveis", acrescentou.
E salientou também a importância do setor do turismo para a economia portuguesa, isto, num ano em que todos os recordes vão ser batidos.
"No turismo, temos centenas de hotéis neste momento a serem construídos ou renovados, e estamos a ter um ano recorde. 2016 vai ser o melhor ano de sempre e vai ser um ano com um crescimento muito forte e que, como se viu nos últimos números de outubro, está a haver um crescimento principalmente no que era a época baixa", vincou.
Mais, o ministro realçou que o turismo "está a crescer também em regiões que não tinham tanta intensidade turística", apontando para a região Norte e a Região Autónoma dos Açores.
"É interessante ver que o turismo se está a espalhar ao longo de todo o ano, invertendo um pouco a tendência de sazonalidade que existe no setor, e isso é muito importante para a estabilidade no emprego, para o reforço da formação e para o investimento. Mas está também a espalhar-se por todo o território", rematou.
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