A meio da segunda ronda de perguntas a António Costa, neste primeiro dia de debate parlamentar do Orçamento do Estado para 2023, na generalidade, Alexandre Poço confrontou o líder do executivo com a história da Ana, que hoje faz 25 anos e vive no bairro dos Olivais, em Lisboa.
O deputado do PSD e líder da JSD lembrou que Ana nasceu quando António Costa era secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, teve na sua adolescência Costa como presidente da Câmara de Lisboa e entrou para a faculdade já quando o atual líder do PS ficou em segundo nas eleições legislativas de 2015, mas, mesmo assim, formou Governo.
De acordo com Alexandre Poço, Ana, apesar da licenciatura, pode ter o futuro reservado atualmente a um em cada cinco jovens: a emigração.
“O que tem o primeiro-ministro para dizer à Ana, além de lhe dever um pedido desculpa?”, questionou o presidente dos jovens sociais-democratas.
Na resposta, António Costa começou por dizer que a Ana, graças logo ao primeiro Governo de António Guterres, pôde beneficiar da universalização do ensino pré-escolar e de um executivo socialista que apostou de forma estratégica na ciência há 25 anos.
“Não teríamos hoje o número de licenciados, de mestres e de doutores se há 25 anos não tivéssemos feito essa aposta, se não houvesse extensão da obrigatoriedade do ensino até ao 12º ano de escolaridade. Provavelmente, a Ana já foi uma das primeiras alunas a ter ensino de inglês logo no primeiro ciclo”, contrapôs António Costa, aqui já numa alusão ao primeiro executivo de José Sócrates.
Mas António Costa respondeu também ao nível da política autárquica em Lisboa, entre 2007 e 2014, dizendo que a Ana cresceu numa cidade “que já não estava a cair aos pedaços”, que se estava a reabilitar e que se tornou cosmopolita.
“Se a Ana vive nos Olivais, a Ana já beneficiou das piscinas dos Olivais recuperadas e não encerradas, como estiveram quando a direita governou o município de Lisboa”, completou.
Hoje, segundo o primeiro-ministro, a Ana, com o seu curso concluído, vai ter “uma forte diminuição na tributação em IRS” e, se entrar para a administração pública, terá agora um vencimento aumentado como técnica superior.
“Há um grande conselho que tenho a dar à Ana, que nunca vote no PSD, porque se votar no PSD arrisca-se a ter um primeiro-ministro que a convida a emigrar. Se não votar no PSD, vai continuar a ter um primeiro-ministro que prosseguirá a lutar para que ela não emigre, realizando em Portugal todo o seu potencial”, acrescentou.
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