“A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 7,2% em abril de 2022, taxa superior em 1,9 pontos percentuais à observada no mês anterior e a mais elevada desde março de 1993”, informou o INE, confirmando assim os valores previstos na estimativa rápida divulgada no final de abril.
O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) também acelerou, registando uma variação de 5,0% (3,8% em março).
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), entre janeiro e março a população desempregada, estimada em 308,4 mil pessoas, diminuiu 6,7% (22,2 mil) em relação ao trimestre anterior e recuou 14,3% (51,7 mil) face ao trimestre homólogo.
A população empregada foi estimada em quase 4,901 milhões de pessoas e aumentou 0,4% (21,9 mil) em relação ao trimestre anterior e 4,7% (219,3 mil) relativamente ao mesmo período de 2021.
Subida da inflação entre março e abril é a maior em 37 anos
A subida de 1,9 pontos percentuais da taxa de variação homóloga do índice de preços no consumidor (IPC) em abril face a março foi “a maior diferença entre dois meses consecutivos desde janeiro de 1985”, destaca INE.
“Desde o início de 2022, a taxa de variação homóloga do IPC tem apresentado uma aceleração significativa, tendo sido registado em abril o valor mais elevado desde março de 1993”, salientou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE), precisando que, “em abril, esta taxa aumentou 1,9 pontos percentuais face a março, a maior diferença entre dois meses consecutivos desde janeiro de 1985, quando se verificou um aumento de 2,8 pontos percentuais (passando de 21,3% em dezembro de 1984 para 24,1% em janeiro de 1985)”.
As classes que apresentaram em abril as variações mais elevadas dos últimos 12 meses foram as dos ‘produtos alimentares e bebidas não alcoólicas’, ‘habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis’, ‘acessórios para o lar, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação’, ‘transportes’, ‘comunicações’, ‘lazer, recreação e cultura’, ‘restaurantes e hotéis’ e ‘bens e serviços diversos’.
De acordo com o INE, “o ponderador destas oito classes ultrapassa os 80%”, sendo os valores de abril de 2022 “os mais elevados desde o meio da década de 90 do século passado para a generalidade das classes, embora com um perfil algo distinto, nomeadamente na classe da ‘educação’, em consequência dos aumentos dos valores das propinas ocorridos nessa década”.
A um nível mais desagregado, tendo em conta o contributo de alguns dos agregados mais relevantes para a taxa de variação homóloga do IPC, “destacaram-se em abril os ‘produtos alimentares não transformados, os ‘produtos alimentares transformados’, a ‘eletricidade e gás natural’ e os ‘serviços de alojamento’ (variações homólogas de 9,4%, 8,3%, 15,2% e 30,7%, respetivamente)”.
Já os ‘combustíveis’ apresentaram “o contributo mais significativo em abril”, com a variação homóloga de 12,5% a corresponder a um contributo de 1,5 pontos percentuais).
Comparando com abril de 2021, o INE nota que “todos os agregados referidos apresentam um contributo mais elevado, sendo de destacar os ‘produtos alimentares não transformados’, os ‘produtos alimentares transformados’ e os ‘combustíveis’ (aumentos de 1,2, 1,1 e 0,9 pontos percentuais, respetivamente).
Segundo o instituto estatístico, os ‘produtos alimentares não transformados, os ‘produtos alimentares transformados’, a ‘eletricidade e gás natural’, os ‘serviços de alojamento’, os ‘restaurantes, cafés e estabelecimentos similares” e os ‘combustíveis’ “contribuíram em 4,9 pontos percentuais para o aumento da taxa de variação homóloga do IPC desde abril de 2021 (mês em que se situou em 0,6%)”.
Em abril de 2022, estes agregados, cujo peso relativo conjunto no índice é de 37,3%, contribuíram em mais de 70% para a taxa de variação homóloga do IPC (5,1 pontos percentuais).
(Artigo atualizado às 13:15)
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