“A tecnologia portuguesa está muito cotada no México e, por isso, as empresas do nosso país podem aproveitar as oportunidades emergentes desta indústria em grande expansão”, afirma Pedro Nuno Neto, coordenador do Portugal Connect, projeto de promoção das empresas tecnológicas portuguesas no México liderado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Mexicana (CCILM).
De acordo com a CCILM, a primeira reunião das empresas portuguesas que vão participar no Aerospace Summit México, que decorrerá na cidade de Querétaro, está agendada para 01 de junho na sede do banco Santander Totta, em Lisboa.
Neste encontro estarão presentes, para além do presidente daquela câmara de comércio, Miguel Gomes da Costa, representantes da Agência para o Investimento e Comércio e Externo de Portugal (AICEP) e das duas associações das indústrias aeronáutica e espacial portuguesas, PEMAS (Associação Portuguesa da Industria Aeronáutica) e Proespaço (Associação Portuguesa das Indústrias do Espaço), respetivamente.
“Em cima da mesa vão estar as verbas europeias do Portugal 2020 que a AICEP gere e que são utilizadas nestas operações de conquista de novos mercados para a indústria portuguesa”, adianta a CCILM em comunicado.
Segundo esta câmara de comércio, “devido à competitividade dos custos cada vez mais empresas dos EUA e do Canadá se têm instalado em território mexicano, estabelecendo sinergias com as indústrias automóvel e eletrónica que este país tem atraído”.
“O México é o hoje o quarto destino mundial do investimento industrial neste setor (a seguir à China, Índia e EUA) e o seu Governo tem o projeto de, até 2020, fazer do setor aeroespacial a segunda indústria nacional na relação valor acrescentado/volume de negócios, atingindo 12 mil milhões de dólares de exportações e sendo responsável pela criação de 110 mil novos postos de trabalho direto, 30% dos quais com qualificações superiores”, adianta.
Neste contexto, três empresas portuguesas – Controlar, Neológica e YAP - que há vários anos desenvolvem outros negócios México têm já presença confirmada no Aerospace Summit, onde se propõem “aproveitar as oportunidades” que surjam “para tentar encontrar novos clientes ou parceiros no ‘cluster’ aeroespacial mexicano”.
Especializado em sistemas de testes eletrónicos para a indústria automóvel, o grupo Controlar inaugurou este ano no México o seu centro de receção de exportações através do Portugal Connect, enquanto a empresa de moldes Neológica fornece há já 17 anos a indústria automóvel mexicana e o grupo YAP monta desde 2007 no México os autorrádios que equipam 20% dos carros da Volkswagem em todo o mundo.
Em declarações à agência Lusa, o presidente executivo do grupo de Oliveira de Azeméis YAP, cuja faturação na área automóvel superou os 10 milhões de euros em 2015, descreve o México como “um mercado muito relevante, que está em franco crescimento e tem bastante potencial quer na área automóvel, quer aeronáutica, quer de LCD”.
“Escolhemos o México pela qualidade da mão-de-obra e porque o setor automóvel é lá um ‘cluster’ muito importante. Terminou o ano passado com uma produção acima dos quatro milhões de veículos e a previsão é que dentro de pouco tempo o país se torne o quarto maior produtor mundial do setor”, afirmou Nuno Simões.
Quase uma década passada desde a entrada do grupo YAP naquele país latino-americano, a empresa portuguesa propõe-se agora “aproveitar as competências” adquiridas na indústria automóvel ao nível do desenvolvimento de moldes/peças e ‘software’ “para perceber se o mercado tem apetências nessas áreas”.
"O que esta missão do Portugal Connect vai oferecer é um acesso direto às unidades dos maiores fabricantes mundiais do setor aeroespacial instaladas no México”, destaca o coordenador do projeto, salientando que “essas unidades necessitam de sustentar a sua produção com a oferta de soluções tecnológicas de grande valor e as empresas portuguesas do setor aeronáutico e espacial são das mais competitivas que há no mundo e têm tudo para conseguir entrar nessa fantástica cadeia de valor”.
A CCILM aponta os negócios iniciados por tecnológicas portuguesas nos últimos anos no México para justificar esta aposta no setor aeroespacial daquele país, que se “transformou nos últimos anos numa das maiores potências económicas emergentes no mundo globalizado” e que está a apostar “fortemente no comércio internacional” e na “atração de investimento estrangeiro para desenvolver grandes ‘clusters’”.
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