Se não conseguir ver esta newsletter clique aqui.

 
Image

Newsletter diária • 23 ago 2024

 
Facebook
 
Twitter
 
Instagram
 
 
 
 
 

Um inferno que nunca mais acaba: 10 dias de incêndios na Madeira

 
 

Edição por Ana Damázio e Beatriz Cavaca

Depois do primeiro alerta para os incêndios na Madeira ter sido dado às 9h48 de quarta-feira da semana passada, a 14 de agosto, na freguesia de Serra de Água, no concelho da Ribeira Brava, onde tudo começou, esperava-se que, com o tempo, as chamas dessem tréguas, mas... Não aconteceu.

Como foi noticiado pelo SAPO24, que acompanhou a situação dia após dia, a semana passada ficou marcada pelo combate aos incêndios, pelo reacendimento de outros ou ainda por novos focos de preocupação.

Com reforço de meios a partir do continente ou até mesmo dos Açores, as tentativas de extinguir o fogo não se revelaram suficientes, o que levantou questões políticas em torno da gestão do combate aos incêndios por parte do Governo Regional e da Proteção Civil, que foram, durante estes dias, fortemente contestados e questionados.

E esta semana, apesar do que pareciam ser boas notícias logo a iniciar o dia de segunda-feira, não se revelou diferente.

Nova semana

A semana começou com boas notícias: o incêndio de Serra de Água estava extinto. No entanto, no concelho da Ribeira Brava e da Ponta do Sol, o incêndio continuava a deflagrar em duas frentes, ainda que controlado.

E, rapidamente, o que pareciam ser boas notícias voltou à estaca zero. O tempo quente e os ventos teimavam em reacender pequenos focos de incêndio que se alastravam na Serra de Água, Curral das Freiras e Ponta do Sol.

Entre chamas apagadas e reacendimentos, uma realidade na Encumeada e na Furna, a semana de incêndios continuou. O Governo foi mesmo obrigado a assumir que iria rever a possibilidade de a ilha ter mais dois meios aéreos.

Já na terça-feira, no dia 20 de agosto, os três planos de emergência dos principais municípios afetados tinham sido ativados. Com 102 operacionais, 16 veículos e um meio aéreo, os principais meios concentravam-se na Serra de Água e no Curral das Freiras.

Com as chamas a persistirem junto ao planalto do Paul da Serra, foi necessário encerrar estradas na zona e no Pico do Areeiro. Por sua vez, o fogo atingia o Pico Ruivo, que precisou de reforçar os meios.

Por esta altura já mais de quatro mil héctares tinham ardido em toda a ilha e o alarme das críticas continuava a soar: o Sindicato Nacional da Proteção Civil pedia a demissão dos responsáveis da Proteção Civil da Madeira.

Na quarta-feira, dia 21 de agosto, faziam oito dias que o incêndio lavrava na ilha. Com resultados num dia e retrocessos no outro, o continente enviou mais 60 elementos para forçar a frente de fogo. Ao mesmo tempo, o Governo Regional ativava, finalmente, o Mecanismo Europeu de Proteção Civil para pedir dois meios aéreos Canadair para apoiarem no combate.

As chamas continuaram a progredir, com a Câmara Municipal de Santana a ser obrigada a encerrar acessos pedonais e o acesso aos automóveis, e a cordilheira central em apuros. No “teatro de operações” estavam então 140 operacionais, apoiados por 30 veículos e um helicóptero. Contudo, para os profissionais este número não se revelava suficiente, exigindo o reforço dos meios.

Durante estes dias, a Madeira continuava sob aviso amarelo, ora laranja, e as dúvidas sobre as áreas que tinham ardido começavam a surgir. Uma delas dizia respeito à floresta Laurissilva que, inicialmente se dizia protegida, mas que Albuquerque acabou por confessar ter sido "um pouco atingida".

Já na manhã de ontem, o foco de preocupação era o Pico Ruivo, com duas frentes ativas.

Contudo, com a chegada do aviões Canadair e os 280kg de material de apoio enviado pela Cruz Vermelha para a Madeira, foi possível retomar um novo controlo das chamas na cordilheira central, mas não noutras zonas: as margens da ribeira da Ponta do Sol continuavam a ser tomadas pelo fogo.

Mais uma vez, entre melhoras e pioras, os meios continuavam até hoje a fazerem de tudo para que, sobretudo nas zonas que continuavam a ser afetadas, como a cordilheira central e a Ponta do Sol, as chamas não progredissem.

 
 
Isabel Tavares
 
 

Acto 1: a Entidade para a Transparência (ou será contra a transparência?) recusa o acesso à declaração única de um deputado. Acto 2: o pedido é autorizado. O que mudou entre uma e outra decisão? As notícias publicadas na comunicação social. A coisa podia já ter passado à história, mas acredito que vale a pena reflectir sobre a prepotência de algumas entidades. Continuar a ler